Saúde

"UTIs improvisadas aumentam mortes por covid-19 no Brasil"

Foto: Roberta AlinePiauí registra 57 óbitos pela covid
Com sobrecarga e falta de profissionais, até 80% dos entubados não sobrevivem.

 Para Associação de Medicina Intensiva Brasileira, abrir leitos não pode ser única resposta à pandemia e custa mais que auxílio emergencial.No segundo país do mundo com mais mortes em consequência da covid-19, a abertura de novos leitos de unidade de tratamento intensivo (UTI) não acompanha o número de vítimas graves. Com a alta no número de hospitalizações no Brasil desde o início do ano, e a média móvel de mortes batendo recordes semana após semana, formou-se um fila de espera por leito em diversos estados. Mais de 355 mil brasileiros não resistiram à espera e morreram.

Apesar do aumento surpreendente de vagas em UTIs desde dezembro último, o Brasil já extrapolou seu limite em termos de criação de leitos adequados há muito tempo, avalia a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (Amib). Um indicador seria a taxa de mortalidade observada nas UTIs: até 80% dos pacientes entubados não sobrevivem, adverte Ederlon Rezende, do conselho consultivo e coordenador do Projeto UTIs Brasileiras da Amib.

Além das jornadas extenuantes dos trabalhadores indispensáveis na terapia intensiva, como médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e fisioterapeutas, a situação de colapso é agravada pela falta de profissionais disponíveis no mercado para ocupar as novas vagas.

Para Rezende, a abertura desmedida de leitos de UTI é feita de forma improvisada. “E UTI não aceita improviso”, ressalta.

Fonte: Revista Planeta

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