A Comissão Atlética Brasileira de MMA (CABMMA) anunciou, em fevereiro deste ano, a criação da Justiça Desportiva do MMA. O órgão é formado por uma Comissão Disciplinar e um Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), e serve para o processamento de pessoas que violarem o Código Brasileiro de Justiça Desportiva do MMA. E o primeiro grande processo da entidade pode ser o de Roy Nelson, por sua conduta após a vitória sobre Antônio Pezão, no UFC Brasília, realizado no último sábado.
O peso-pesado aplicou um chute no árbitro "Big" John McCarthy, alegando, após o combate, a demora em paralisar a luta como motivo para a agressão.
- As devidas providências estão sendo tomadas a fim de instruir a denúncia que será apresentada contra o atleta nos próximos dias. A Procuradoria de Justiça Desportiva avalia, além das sanções cabíveis pelas agressões físicas e verbais ao árbitro e do desrespeito ao público, a possibilidade de pedido de suspensão preventiva ao atleta - afirma o comunicado.
Em contato por telefone, Pedro Henrique Custódio Rodrigues, procurador-geral do STJDMMA, explicou que o entidade vem aplicando denúncias e julgando transgressões em eventos regularizados pela CABMMA desde o início do ano. Em se tratando de UFC, no entanto, as medidas não têm sido tão efetivas.
O procurador citou o caso de Corey Anderson que, após o UFC Curitiba, em maio, fez comentários que denegriam a imagem dos árbitros que pontuaram seu combate contra Maurício Shogun. O lutador foi notificado pela entidade, não respondeu, e o processo não andou desde então.
Com Roy Nelson, no entanto, Custódio acredita que será diferente. Ele vê o caso como uma forma de dar visibilidade ao STJD, de maneira que o órgão passe a ser reconhecido e suas punições sejam aplicadas em âmbito internacional. Caso o lutador receba suspensão preventiva, a CABMMA fica responsável pela comunicação com o UFC e com os órgãos responsáveis pela aplicação de punições no MMA no Estados Unidos.