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Brasil enfrenta desafio fiscal de R$ 400 bilhões
Economistas do Itaú apontam necessidade de ajuste fiscal urgente.
Para reduzir a dívida pública a um nível mais estável, o Brasil precisaria realizar um ajuste fiscal de cerca de R$ 400 bilhões, equivalente a 4% do PIB, conforme análise de economistas do Itaú BBA.
Pedro Schneider, economista do Itaú BBA, destacou que a situação fiscal do país continua desafiadora, uma vez que a dinâmica da dívida bruta preocupa. As previsões indicam que a dívida bruta deverá alcançar 85% do PIB em 2026, influenciada por gastos crescentes e a continuidade dos créditos tributários. Atualmente, espera-se que o ano termine com a dívida em torno de 79%.
Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú BBA, sugere que esse ajuste significativo seja implementado de forma imediata, aproveitando um possível momento de forte apoio político no início de um novo governo, após as eleições.
Mesquita argumenta que, para enfrentar um desafio fiscal tão grande, é crucial agir quando o capital político está em seu auge, ponto que ocorre no começo de qualquer governo, independentemente de sua linha ideológica.
De acordo com o economista-chefe, o ajuste fiscal deveria incluir a revisão dos gastos com pensões, desvincular despesas de saúde e educação das receitas, e cortar benefícios fiscais para empresas. Essas ações são vistas como essenciais para reduzir a dívida e melhorar a classificação de crédito do Brasil a níveis de países desenvolvidos.
Schneider também levantou preocupações sobre o impacto das estatais na dívida pública. Ele mencionou que o déficit dessas empresas está estimado em R$ 10 bilhões. No entanto, os Correios, por exemplo, buscam um empréstimo de R$ 20 bilhões para equilibrar suas finanças, o que poderia aumentar ainda mais o déficit fiscal.