Meio Ambiente

Ambientalistas temem poluição causada por exploração de gás no Piauí

 

Encontro reuniu empresa que vai explorar gás no Piauí, Semar e ambientalistas. Mineradora afirma que exploração será feita com consciência.


Durante uma reunião técnica promovida pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Semar) nesta quarta-feira (26), a empresa Ouro Preto Óleo e Gás S/A, mineradora vencedora da licitação para exploração de petróleo e gás natural na Bacia do Parnaíba, na região de Floriano, Sul do Piauí, afirmou que serão realizadas medidas para prevenção de impactos ambientais. Apesar disso, ambientalistas afirma que os danos provocados podem ser imensos.

Segundo a gerente de meio ambiente da mineradora Glória Marins, já foi feito um estudo ambiental mais amplo, que mapeou o diagnóstico das áreas totais dos blocos, mas que um estudo detalhado só poderá ser feito quando confirmadas as locações.

“Somos uma empresa consciente, estamos discutindo junto com a Semar e no momento adequado, quanto tivermos essas locações à comunidade, será avisada, tomaremos todos os cuidados para prevenir acidentes e contaminação”, disse.

Para o engenheiro florestal e ambientalista Matheus Mendes, o estudo de impacto ambiental não prevê os danos para as comunidades quilombolas e sítios arqueológicos que existem próximo ao local de exploração. Outro problema apontado por ele refere-se a não identificação do destino dos resíduos.

“São informações que não estão claras no estudo apresentado pela mineradora. Por este motivo, meses atrás conseguimos uma liminar que embargou a exploração, mas o processo licitatório foi retomado e estamos aqui para ter estes esclarecimentos. Pelo o que vimos, a empresa não tem definido os pontos de perfurações desses poços e isso nos preocupa”, declarou.

A reunião que foi realizada em Teresina tinha a intensão de firmar compromisso sobre os aspectos técnicos e ambientais da atividade em questão. De acordo com o auditor fiscal de meio ambiente da Semar Daniel Guimarães, a análise da viabilidade ambiental e as correções necessária têm de ser realizadas antes mesmo do estudo para viabilidade econômica.

“Esta reunião técnica faz parte do procedimento de licença ambiental, onde vamos colher todas as informações para análise de estudo do impacto. No entanto, a mineradora precisa de licença ambiental para fazer os estudos de viabilidade econômica e, em seguida, a exploração”, disse.

O presidente da Fundação Rio Parnaíba, Francisco Soares, destacou a indisponibilidade dos estudos sobre o impacto ambiental feito pela mineradora e a falta de audiências públicas em Teresina para esclarecer a toda população sobre o projeto. “Não existe trabalho sem impacto. Este projeto precisa ser mais analisado e as informações esclarecidas para a comunidade”, comentou.

Ainda de acordo com gerente de meio ambiente da mineradora Glória Marins, não há previsão para a instalação dos três primeiros poços porque ainda será realizada a pesquisa para exploração econômica no local. “Estamos em fase de conseguir a licença ambiental primeiro, é uma atividade que requer contratações e montagem da infraestrutura, e isto demanda tempo”, finalizou.

Fonte: G1 Piauí