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Zona sudeste segue com redução na frota de ônibus e Setut alega crise

Foto: Roberta AlineZona sudeste segue com redução na frota de ônibus e Setut alega crise
Zona sudeste segue com redução na frota de ônibus e Setut alega crise

Apenas 60% dos ônibus que atendem a zona sudeste de Teresina estão funcionando nesta quinta-feira (29). A informação foi confirmada pelo Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina (Setut), que voltou a afirmar que os atrasos nos repasses dos subsídios da Prefeitura de Teresina têm dificultado a situação do sistema, inclusive com risco de colapso. De acordo com o Setut, a dívida da gestão municipal contabiliza R$ 28 milhões, sendo R$ 22 resultantes de 2020 e R$ 6 milhões do presente ano.

Ao longa semana, veículos de, pelo menos, dois consórcios deixaram de circular por falta de combustível. 

O Setut  diz que o que é arrecadado hoje pelo sistema não cobre os custos para operacionalizar todo o transporte. A entidade também aponta que o segmento tem enfrentado queda de arrecadação, de aproximadamente 90% em março de 2021.

"O sistema de transporte coletivo urbano de Teresina continua em uma situação muito crítica. Fechamos o mês de março com a arrecadação proporcional a 12% do que se arrecadava antes da pandemia e com o custo operacional consideravelmente superior a esse percentual de arrecadação. Para se ter uma ideia, o que se arrecada no dia a dia sequer está sendo suficiente para que se faça o abastecimento dos veículos com óleo diesel e, dessa forma, garantir a operação do dia seguinte", explica o coordenador técnico do SETUT, Vinicius Rufino.

Os empresários também destacam a queda no percentual de passageiros atendidos pelo sistema. Em abril/2020, o sistema transportou 7% do que foi transportado em abril/2019, e arrecadou 10% do que arrecadou no mesmo período comparativo. 

Vinicius Rufino explica o funcionamento das ordens de serviço do transporte no município. "A ordem de serviço operacional tem sido cumprida na medida do possível. É importante informar que a frota disponibilizada é cerca de 50% superior ao que tem se transportado de passageiros, ou seja, a oferta de veículos ainda é, consideravelmente, superior à demanda que está se transportando e isso acarreta uma dificuldade financeira para as empresas operadoras", conclui o coordenador técnico do SETUT.

Prefeitura nega dívida 

Contrariando a fala dos representantes do Setut, o vice prefeito e secretário de Finanças, Robert Rios(PSB) nega a existência de dívidas do município com as empresas do setor. Segundo ele, a crise no transporte coletivo do município se deve aos problemas na relação entre empresários e trabalhadores do sistema.

"O problema existe entre o sindicato dos empresários de ônibus e seus empregados, motoristas e cobradores. Eles têm que resolver lá esse problema. A prefeitura não é parte desse problema. Aquele acordo que o sindicato tinha no passado com a prefeitura, que a prefeitura repassava dinheiro, esse acordo morreu. A prefeitura não deve nada ao sindicato dos ônibus. O que ela deve são os vales transporte que estão sendo pagos todo mês. Esse mês mesmo pagamos R$ 600 mil de vale transporte. Outro valor nós não temos. Agora, se eles tem alguma dívida com a prefeitura que eles digam qual é a dívida, que eu mando auditar. Se existir, eu mando pagar", declarou Robert. 

Fonte: Cidade Verde