Polícia

THE tem registrado média de um assalto a ônibus por dia em setembro

Foto: O DiaÉ o quarto dia do mês e já são três ocorrências contabilizadas. De janeiro a julho já foram 23 casos. Sintetro cita áreas críticas e medo de motoristas em fazer percurso.
É o quarto dia do mês e já são três ocorrências contabilizadas. De janeiro a julho já foram 23 casos. Sintetro cita áreas críticas e medo de motoristas em fazer percurso.

Quarto dia do mês e terceiro ônibus assaltado. É esta a realidade do transporte coletivo de Teresina, que tem sido alvo constante da ação de criminosos, sobretudo na zona Norte. Há um ano, a média de assaltos a ônibus do transporte coletivo era de dois veículos assaltados por semana.  Na noite desta terça-feira (03), foi a vez de um veículo que fazia a linha Monte Verde Shopping ser parado pelos suspeitos em frente à parada do Instituto Antonino Freire. O trio embarcou, anunciou o assalto, rendeu motorista e cobrador e fez um arrastão.

Haviam 17 passageiros no momento e todos eles tiveram seus pertences roubados. Apenas um registrou Boletim de Ocorrência, além do motorista e do cobrador, mas isso já foi suficiente para que o caso entrasse para as estatísticas, e elas não são nada animadoras, segundo os representantes da categoria. 

O Sindicato dos Trabalhadores de Empresas de Transporte Coletivo de Teresina (Sintetro) contabilizou 23 assaltos a ônibus na cidade somente de janeiro a julho deste ano. Agosto ainda não entrou nos cálculos e a probabilidade é que o mês passado, assim como setembro, que acabou de começar, elevem ainda mais os dados. “Só essa semana já tivemos dois assaltos na zona Norte e um na zona Leste, ou seja, o mês nem começou direito ainda e a onda de violência já está assim, podendo ficar ainda pior caso não haja uma ação por parte da polícia”, ressaltou Fernando Feijão, presidente do Sintetro.

Para o representante dos motoristas e cobradores, os 23 assaltos registrados nos sete primeiros meses de 2019 podem nem refletir a realidade, uma vez que se tratam de ocorrências registradas pelos funcionários das empresas somente quando eles são alvo dos bandidos. É que há casos em que apenas os passageiros são roubados e geralmente quando isso ocorre, os motoristas e cobradores não formalizam a denúncia porque, tecnicamente, não houve nenhum prejuízo patrimonial para a empresa.

“Tem bairros que a gente tem medo de rodar”

Os assaltos a ônibus em Teresina não possuem um local exato para acontecer e nem mesmo hora. Mas pelas quantidades de ocorrências registradas este ano, o Sintetro já percebeu um padrão: os crimes geralmente são praticados à noite, quando o movimento nos coletivos é menor e quando há menos gente nas paradas de ônibus. Além disso, há zonas da Capital que são consideradas críticas pela frequência com que os roubos acontecem.

Na zona Norte, por exemplo, o trecho entre os bairros São Joaquim e Poti Velho é feito com temor por parte dos motoristas e cobradores. A região da Santa Maria da Codipi também é outra que tem registrado com frequência assaltos a ônibus. Na zona Sul, o ponto crítico foi identificado nas linhas para o povoado Cerâmica Cil, sobretudo depois do Parque Eliane. Neste trecho, já se chegou a registrar dois assaltos em um único dia em ônibus que seguiam praticamente um atrás do outro. Os assaltantes entraram, fizeram o arrastão, descerem uma para depois e aguardaram o próximo coletivo.

Já na zona Sudeste, o trecho considerado mais perigoso é o dos bairros Todos Os Santos e Jardim Europa, onde também foram contabilizados assaltos com frequência este ano. “Tem bairros que a gente tem medo de rodar e os passageiros também ficam à mercê, porque ônibus é um transporte livre, onde todo mundo entra, então não dá pra saber quando que vai ser anunciado assalto ou não”, finaliza Feijão.

A reportagem de O Dia entrou em contato com a Polícia Militar para saber a respeito do policiamento ostensivo nas regiões mencionadas pelo Sintetro, mas até o fechamento da matéria não houve retorno.

Fonte: Portal O Dia