PIAUÍ

Projeto Defensoras Populares forma primeiro grupo de lideranças femininas

Foto: Governo do Estado do PaiuíAs mulheres que participaram do curso já estão aptas a atuarem junto as suas comunidades.
As mulheres que participaram do curso já estão aptas a atuarem junto as suas comunidades.

Com palestra sobre “Empreendedorismo como Instrumento de Empoderamento Feminino”, debates e apresentações artísticas, foi encerrado, no sábado (30), o primeiro Curso para Formação de Defensoras Populares do Piauí. O encerramento ocorreu na  Biblioteca Estação Nova Cultura, bairro Itararé, zona sudeste de Teresina, e contou com a presença do defensor público geral, Erisvaldo Marques dos Reis, e da subdefensora pública geral Carla Yáscar Bento Feitosa Belchior, responsável por  desenvolver o  Projeto Defensoras Populares na Defensoria Pública do Estado do Piauí (DPE-PI).

Também estiveram presentes, as defensoras públicas Lia Medeiros do Carmo Ivo, Verônica Acioly de Vasconcelos, Elisa Cruz Ramos, Rosa Mendes Viana Formiga, Patrícia Ferreira Monte Feitosa e o defensor público Armano Carvalho Barbosa.

O curso Defensoras Populares capacitou lideranças femininas do bairro Itararé e região. Todas as aulas dos oito módulos realizados foram ministradas por mulheres, o que representou um diferencial na experiência. As lideranças capacitadas já se encontram aptas a atuarem junto as suas comunidades.

A ministrante do último módulo foi a MBA em Gestão Empresarial da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Ana Cristina Freitas. Ela falou sobre a experiência. “É sempre maravilhoso poder compartilhar aprendizado, sabendo que mulheres estão se empoderando para fazer a transformação de toda uma sociedade. Por meio do empreendedorismo, que foi o tema que abordamos, elas poderão criar meios, sejam financeiros ou por meio de um trabalho integrador, e fazer com que sua realidade se altere.  Sempre temos demandando das instituições mais presença, proximidade com as comunidades e também uma escuta mais ativa, acho que o fato da Defensoria ter vindo até a comunidade e interpelado essas mulheres para que elas estejam presentes é uma forma de fazer acontecer, ativar essas relações para que as coisas ocorram da melhor forma”, ressaltou Ana Cristina.

As participantes deram depoimentos emocionantes  sobre o aprendizado adquirido. “Com todo orgulho sou horticultora. Nasci na roça e continuo no campo. O curso veio para nos ajudar, até porque nós do campo somos pessoas que não temos muitos conhecimentos  sobre nossos direitos, então veio nos enriquecer mais ainda, não só para mim como para os colegas de trabalho, porque estou preparada para repassar o conhecimento que recebi aqui para eles, inclusive alguns já me procuraram e depois vieram me agradecer dizendo: ‘Dona Josefa, a senhora está preparada para nos ajudar’, e isso é motivo de orgulho demais para mim”, disse  Josefa Soares da Rocha.

Para Conceição Mendes, presidente da Associação de Moradores do Itararé (AMI), o curso foi de grande valia. “Representou para mim e para nossa entidade, que é a AMI, um instrumento para proporcionar a outras pessoas esclarecimentos sobre os direitos, que muitas vezes nem sabem que têm. Por meio do Defensoras Populares tivemos um aprendizado muito grande e iremos levar , com certeza, a todos aqueles que dele precisarem”, destacou Mendes.

Maria dos Remédios Silva, presidente da Associação de Mulheres do Itararé, também destacou o aprendizado. “É um curso que tem tudo a ver com nossa luta. Porque nós, que trabalhamos no dia a dia da comunidade, vemos muitos problemas e essa formação veio no tempo certo. Vamos ter agora mais subsídios, pois conhecemos mais as leis e os direitos, para que possamos atuar na comunidade com mais precisão e dentro da legislação. Então, para mim foi tudo de bom. Acho que vou conseguir reproduzir isso com nossas sócias e na comunidade em geral. Foi maravilhoso, eu amei”, afirmou Remédios.

A coordenadora do Núcleo de Defesa da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar da Defensoria, Lia Medeiros, destacou ter sido “a concretização de um grande sonho.  Muitas vezes a gente identificava, no atendimento das mulheres, que faltava informação e apoio da própria comunidade para ajudá-las a sair daquela situação, tendo uma noção básica dos direitos. Ver essas mulheres ouvindo, participando, se manifestando e a gente sentido que elas estavam entendendo e se apropriando daquela informação, é um grande ganho para nós como núcleo e como Defensoria e é um papel institucional nosso, esse de educação em direitos humanos. Esperamos que esse projeto possa prosseguir de forma contínua e possamos atingir a maior quantidade de mulheres”, disse a defensora.

Carla Yásca Belchior se referiu a todos que colaboraram para a execução do projeto. “Hoje, só quero agradecer a todas e a todos que nos ajudaram nesse sonho que virou realidade. Desenvolver esse projeto, trazer a Defensoria para perto de vocês que agora serão multiplicadoras, fez toda a diferença, pois vocês estarão diariamente nos locais onde a Defensoria não consegue chegar,  estarão próximas de onde qualquer problema aconteça para poderem interferir de imediato, tendo por objetivo ajudar na construção de um diálogo voltado para o consenso, para a paz, mas especialmente para a garantia de direitos. Esse curso é exatamente para isso, para que cada pessoa possa multiplicar os conhecimentos  adquiridos junto as suas comunidades, nos mercados, nas hortas. Fazendo isso estaremos colhendo os frutos do que foi aqui plantado. Quero agradecer à gestão da Defensoria, que sempre colaborou com essa iniciativa, às colegas defensoras que aqui estiverem ministrando as aulas ou nos dando apoio, foram mulheres falando para mulheres, mostrando a força que temos. Tudo para que pudéssemos chegar até aqui. Esperamos ter contribuindo e que esse conhecimento repassado realmente se multiplique”, afirmou emocionada a responsável por  desenvolver o Projeto Defensoras Populares na DPE.

O defensor público geral falou para as concludentes sobre a importância da formação adquirida. “Esse é um momento de agradecer. Primeiro à dra. Carla Yáscar, pela brilhante ideia de desenvolver esse projeto, Defensoras Populares, aqui no Piauí, e depois a todos os envolvidos na execução, mas principalmente a vocês participantes, que se dispuseram conosco a realizar esse curso. Isso aqui é a essência da Defensoria Pública, estar onde as pessoas estão, proporcionando a educação em direitos, capacitando vocês para que possam repassar aos outros. É uma grande alegria ver a concretização desse curso, estamos certos que a partir de agora vocês farão a diferença dentro de suas comunidades e quero aqui fazer um apelo, abracem a Defensoria Pública, porque nós precisamos muito de vocês.  Somos uma instituição que se expande a olhos vistos, o que se verifica no número de atendimentos que cresce a cada ano, e temos que juntos fortalecer cada vez mais essa instituição, para isso contamos com todas e cada uma de vocês”, ressaltou Erisvaldo Marques.

Fonte: Governo do Estado do Piauí