PIAUÍ
PI: Apae realiza oficinas com materiais recicláveis
Mosaico utiliza restos de cerâmica
A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), uma entidade filantrópica, da qual a Secretaria da Educação do Estado (Seduc) é parceira, que atende principalmente pessoas com deficiência intelectual, está desenvolvendo um trabalho de oficinas de reciclagem. A iniciativa visa aliar prática pedagógica, consciência ecológica e renda.
Através de materiais que costumam ser descartados, os alunos produzem vários tipos de peças nas chamadas oficinas pré-profissionalizantes, tendo como destino a exposição e comercialização. Caixas de leite transformam-se em jarros decorados, garrafas pet viram peças decorativas, restos de tecidos dão lugar a tapetes e pedaços de cerâmica se juntam para dar forma a mosaicos. “São peças muito baratas, pois o objetivo é comprar matéria-prima para continuarmos o trabalho, porque, além do material reciclável, precisamos de tinta, de cola e outros acessórios. Têm meninos que conseguem fazer negócio com o que produzem na sua própria vizinhança”, ressalta Graça Leal.
Os produtos são vendidos na própria lojinha da Apae e também em feiras e eventos. “Em setembro, haverá o I Congresso Internacional das Apaes do Piauí, uma realização da Federação das Apaes do Estado (Feapaes-PI), que acontecerá no Atlantic City e contará com a participação de sete países. Então, estamos querendo produzir bastante, que é para expormos e vendermos lá”, informa Graça.
Muitos dos materiais utilizados na reciclagem vêm de doações. Outra parte é arrecadada pelos próprios pais e estudantes ou até mesmo por funcionários. “Tem comércio aqui na Piçarra que liga para nós dizendo que tem restos de cerâmicas para serem doados e nosso carro vai lá pegar”, diz a diretora. As instruções ficam por conta de professores cedidos pela Rede Estadual de Ensino.
Dentre todos os tipos de pessoas com deficiência, os intelectuais são os que encontram mais dificuldades de entrar no mercado de trabalho. “Nós não temos a audácia de chamar de uma oficina profissionalizante. Mas trata-se de uma oficina pré-profissionalizante, onde eles começam a internalizar a disciplina, o trabalho, a produção. A tendência é criar aqui um centro de profissionalização”, declara Graça Leal, diretora da Instituição.
No prédio, são atendidos 207 pessoas nos dois turnos. É oferecido atendimento educacional especializado para aqueles que estão estudando na Rede Regular de Ensino, ficando, o aluno, com uma atividade por turno.
Existem também as produções da Oficina das Mães, que desenvolvem desde trabalhos com retalhos até bordado e crochê. Trata-se de um espaço destinado às mães dos jovens atendidos no local. “Enquanto os filhos estão nas oficinas deles, elas ficam lá”. Do valor arrecadado com a comercialização dos produtos feitos pelas mães, 10% vai para a compra de materiais, 30% fica para a Instituição e 60% é para quem produz”, explica.
Além da preocupação com o processo pedagógico, a entidade ainda oferece tratamentos terapêuticos especializados, como fisioterapia, terapia educacional, psicologia e psicopedagogia.
Fonte: Governo do Estado