Política

Manifestantes se reúnem contra Bolsonaro em atos previstos para centenas de cidades; acompanhe

Organizadores esperam protestos em mais de 400 cidades e mais de 1 milhão de participantes; manifestações pedem impeachment do presidente e vacinação em massa
Foto: REUTERSManifestantes participam de protesto em Brasília contra o presidente Bolsonaro neste sábado, 19.
Manifestantes participam de protesto em Brasília contra o presidente Bolsonaro neste sábado, 19.

Grupos de oposição ao presidente Jair Bolsonaro voltam às ruas neste sábado, 19, em manifestações críticas ao governo federal. Organizados por movimentos sociais, centrais sindicais e partidos políticos de oposição, os atos pedem o impeachment do chefe do Executivo, a retomada do auxílio emergencial e a vacinação em massa da população contra o coronavírus. Os organizadores esperam 1 milhão de participantes em mais de 400 cidades no Brasil e no exterior.

Manifestantes já se concentram no Rio, em Brasília e em São Luís (MA). Segundo registros divulgados pelos organizadores, há protestos também em Goiânia, Belém, Teresina e João Pessoa e Recife, entre outras cidades no Brasil e no exterior.

No último dia 29 de maio, milhares de pessoas protestaram contra o presidente em mais de 200 cidades. Apesar de maior atenção às recomendações de segurança, como o uso de máscaras durante todo o percurso, foram registradas aglomerações. Os protestos ocorreram de maneira pacífica, exceto no Recife, onde a repressão policial resultou em duas pessoas cegas parcialmente e outros feridos. O presidente Bolsonaro minimizou tais atos, chegando a afirmar que faltou “erva e dinheiro” para os presentes.

Dentre os organizadores dos atos deste sábado estão partidos como o PT, PSOL e PCdoB, e centrais sindicais e movimentos sociais como CUT, frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, Coalizão Negra Por Direitos, União Nacional de Estudantes (UNE), Campanha Nacional Fora Bolsonaro e Movimento Acredito. As manifestações ganharam caráter mais partidário com a adesão do PT; a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, porém, não está confirmada. A convocação, no entanto, dividiu lideranças da oposição, principalmente por acontecerem no momento em que o País vive uma escalada no número de casos de covid-19.

Acompanhe, a seguir, alguns dos atos contra Bolsonaro no Brasil e no exterior.

Brasília

Com fortes críticas à condução do combate à pandemia e cobrança por mais vacinas, manifestantes ocupam, nesta manhã de sábado, o gramado central da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, para protestar contra o governo de Jair Bolsonaro. Com o Congresso isolado pela policiamento, os manifestantes organizaram uma caminhada pela Esplanada até se posicionarem diante de um carro de som, estacionado no local mais próximo possível do Parlamento, que funciona como uma espécie de palanque improvisado para os discursos.

Com muitas faixas pedindo a saída do presidente e cobrando reforço nos auxílios sociais, a manifestação teve forte presença de militantes de partidos de oposição, especialmente PT e PSOL. “Derrotar Bolsonaro não é uma tarefa para amanhã, derrotar Bolsonaro é uma tarefa para hoje”, afirmou o deputado distrital Fábio Félix, do PSOL.

A organização do protesto distribuiu máscaras e álcool gel para os participantes da manifestação. Embora tenha havido uma tentativa de reduzir a aglomeração com uma espécie de distribuição de setores separados por faixas de protestos, boa parte dos presentes acabou se reunindo em frente ao carro de som do evento.

Rio de Janeiro

A concentração do ato no Rio de Janeiro começou por volta das 10h no Monumento Zumbi dos Palmares, na Avenida Presidente Vargas, principal via da região central da cidade. A pista central da avenida foi parcialmente interditada para a caminhada dos manifestantes em direção à igreja da Candelária. Guardas municipais e policiais militares acompanham o protesto e orientam o trânsito na região.

Os manifestantes carregam bandeiras e cartazes pedindo o impeachment de Bolsonaro. Uma faixa culpa o presidente pelas 500 mil mortes da pandemia no Brasil, marca que pode ser atingida ainda hoje. Outros manifestantes exibem cartazes demandando a vacinação em massa da população, além de reivindicarem mais educação e saúde. Há ainda bandeiras de partidos como PT, PCdoB, PSTU, PSOL.

Os organizadores estão distribuindo máscaras para os participantes do ato. A grande maioria usa máscara. Diferentemente da manifestação de 29 de maio, o ato não vai percorrer ruas estreitas pelo Centro do Rio, para evitar aglomerações.

São Luís

Em maior número que no protesto de 29 de maio, manifestantes se reuniram na região central de São Luís na manhã deste sábado, em protesto ao presidente da República. Com faixas e cartazes com frase “Fora Bolsonaro, presidente genocida”, manifestantes pediram a renúncia de Bolsonaro e teceram críticas ao seu governo, pedindo celeridade nas medidas de prevenção contra a covid-19.

“O País está passando por um momento difícil e o desemprego aumentando. Somos contra as reformas que esse governo está implantando no Brasil e a favor de uma política mais séria em relação à vacinação contra a covid-19. E, hoje, estamos nas ruas também para reinvindicar ao presidente que retorne com o auxílio emergencial de R$ 600”, afirmou o servidor federal Raimundo Pereira.

Entidades e partidos políticos como UNE, UBES, CUT, UJS, CTB, PSTU, PCO, PSOL, PT e SINPROESEMMA também participaram do ato, que teve fim na praça Maria Aragão.

No exterior

Assim como no último dia 29, protestos contra o presidente também foram registrados no exterior. Em Berlim, na Alemanha, dezenas de manifestantes já se reuniram. Segundo informou a agência de notícias Deutsche Welle em sua conta brasileira no Twitter, eles pediram mais vacinas e o impeachment de Bolsonaro, além de denunciarem a violência contra os povos indígenas.

Durante o ato em Berlim, cruzes no chão lembraram os quase 500 mil mortos pela covid-19 no Brasil e as vítimas do massacre do Jacarezinho, no Rio de Janeiro. Além da cidade alemã, também já foram registrados atos em Londres, Dublin, Viena e Zurique.

Fonte: Estadão