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Brasil chega melhor que Croácia nas quartas e joga para quebrar tabu de 16 anos na Copa

Foto: REUTERSFelipe Melo é expulso na eliminação do Brasil diante da Holanda em 2010, na África do Sul, também pelas quartas de final
Felipe Melo é expulso na eliminação do Brasil diante da Holanda em 2010, na África do Sul, também pelas quartas de final

Mais do que a Croácia, avançar às semifinais da Copa do Mundo obrigará o Brasil a superar também os seus traumas. Desde o último título mundial, conquistado em 2002, a seleção brasileira sempre foi eliminada quando enfrentou uma equipe europeia em confrontos eliminatórios. E, em três desses casos, o duelo aconteceu justamente na fase de quartas de final.

França, Holanda e Bélgica cruzaram o caminho do Brasil nesta mesma etapa da Copa do Mundo em 2006, 2010 e 2018. Em 2014, a seleção enfrentou a Colômbia nas quartas e venceu por 2 a 1. O adversário europeu veio na sequência; era a Alemanha, responsável pelo fatídico 7 a 1, o maior vexame da história da seleção brasileira.

O tabu a ser quebrado na próxima sexta-feira pelo menos surge como menos indigesto do que nas edições passadas. Isso porque, pela primeira vez desde a Copa do Mundo de 2006, a seleção brasileira terá um adversário com desempenho inferior a ela na disputa de quartas de final.

Com apenas uma vitória e três empates em quatro jogos no Mundial, a Croácia chega para o duelo decisivo com metade dos pontos que disputou e 50% de aproveitamento no Catar. Só a França de 2006, liderada por Zidane e Henry, que eliminou o Brasil no Mundial da Alemanha, teve desempenho semelhante.

Naquela Copa do Mundo, os franceses encerraram a primeira fase com cinco pontos, mas venceram a Espanha nas oitavas.

Agora, a Croácia somou a mesma pontuação nos três primeiros jogos, mas não conseguiu superar o Japão na partida seguinte com a bola rolando. Teve de derrubar os japoneses nos pênaltis. O Brasil, por sua vez, venceu três de suas quatro partidas no Catar. A derrota foi imposta por Camarões no encerramento da fase de grupos.

Algoz em 2010 na África do Sul, a Holanda enfrentou o Brasil nas quartas ostentando 100% de aproveitamento. A seleção, por sua vez, havia empatado um jogo, com Portugal, na primeira fase. Quatro anos mais tarde, a seleção brasileira superou a Colômbia, que vinha de quatro vitórias, depois de fazer uma campanha mediana; mesmo jogando em casa, a equipe de Felipão somava duas vitórias e dois empates.

Há quatro anos, o Brasil perdeu para uma “talentosa geração belga” que vinha de quatro vitórias na Copa do Mundo da Rússia. A equipe de Tite também estava invicta, mas empatara na estreia com a Suíça, portanto, tinha um aproveitamento inferior ao do rival: 83%.

O time de Tite pode se inspirar na equipe de Felipão, que, em 2002, deixou três europeus pelo caminho - Bélgica, Inglaterra e Turquia - até ir à decisão com a Alemanha, outra seleção do Velho Continente a sucumbir para o Brasil.

DIFICULDADE

Apesar dos números mais suaves do adversário desta sexta-feira em comparação com os últimos rivais na mesma fase em Copas, ninguém na seleção brasileira espera jogo fácil. “É uma grande seleção, senão não estaria nas quartas de final”, disse o atacante Raphinha.

Danilo, por sua vez, recordou de seus últimos encontros com atletas que formam a base da seleção croata. “É uma equipe com jogadores extremamente fortes. Modric não precisa de comentários. Brozovic, Perisic, Kovacic, conheço bem esses jogadores, são fortes e acostumados com grandes partidas”, comentou, citando o melhor jogador do mundo em 2018 e outros destaques da Croácia.

“Vai ser um jogo muito difícil, temos que nos preparar da melhor maneira possível para poder enfrentar”, emendou o lateral, que deve retomar o seu posto na direita. O seu reserva, Daniel Alves, também espera dificuldade. “No outro lado tem muita qualidade, merece nossa atenção em 110%.”

Fonte: Estadão