Dr. Valrian Feitosa

Informalho: Jotta Rocha
Jotta Rocha. Jornalista e escritor, com ampla experiência nas redações de jornais, revistas e emissoras de rádios de Teresina e interior do Piauí e Maranhão

1ª Missa pública, papa Francisco no Brasil

Aparecida (Brasil), 24 jul (EFE) - O papa Francisco pediu nesta quarta-feira, na cidade de Aparecida do Norte, que os fiéis não percam a esperança e afirmou que embora o 'diabo e o mal existam, isso não é mais forte, o mais forte é Deus'. O Bispo de Roma também pediu aos pais e educadores que transmitam aos jovens os valores que os façam artífices de um mundo mais justo, solidário e fraterno - chegando ao Santuário de Aparecida, papa Francisco saudou a todos e, beijou uma criança.

Francisco falou essas palavras durante a missa que oficia durante uma manhã fria e chuvosa no santuário mariano de Nossa Senhora de Aparecida, para onde viajou hoje para prostar-se aos pés de Nossa Senhora e pedir pelo êxito da XXVIII Jornada Mundial da Juventude, além como colocar o povo latino-americano sob a proteção de Nossa Senhora, assim como seu pontificado.

'Hoje, em vista da Jornada Mundial da Juventude que me trouxe ao Brasil, também venho chamar à porta da casa de Maria - que amou Jesus e o educou - para que ajude a todos nós, Pastores do povo de Deus, pais e educadores, a transmitir a nossos jovens os valores que os façam artífices de uma nação e de um mundo mais justo, solidário e fraterno', afirmou.

Francisco acrescentou que para isso é necessário que os homens'mantenham a esperança, se deixem surpreender por Deus e vivam com alegria'.

Sobre manter a esperança, o papa disse que embora na vida passemos por muitas dificuldades,'Deus nunca deixa que nos afundemos', e afirmou que embora'o diabo e o mal existam, isso não é mais forte. O mais forte é Deus e Deus é nossa esperança'.

O papa Francisco disse que'é verdade que hoje, mais ou menos todas as pessoas, e também os nossos jovens, experimentam o fascínio de tantos ídolos que se colocam no lugar de Deus e parecem dar esperança: o dinheiro, o poder, o sucesso, o prazer. Frequentemente, uma sensação de solidão e de vazio entra no coração de muitos e conduz à busca de compensações, destes ídolos passageiros'.

Para o papa, os jovens'são um motor poderoso para a Igreja e para a sociedade. Eles não só necessitam de coisas. Necessitam sobretudo que lhes proponham esses valores imateriais', assegurou.

O papa argentino pediu que os fiéis vivam com alegria, 'já que um cristão é alegre, nunca triste e não pode ser pessimista, não pode ter o aspecto de quem parece fazer o papel de luto perpétuo'.

'Se estamos verdadeiramente apaixonados por Cristo e sentimos quanto nos ama, nosso coração se inflamará de tanta alegria que contagiará todos os que vivem a nosso ao redor. Como dizia Bento XVI, discípulo sabe que sem Cristo não há luz, não há esperança, não há amor, não há futuro', manifestou.

No começo da missa, o cardeal arcebispo de Aparecida e presidente dos bispos brasileiros, Raymundo Damasceno Assis, agradeceu a presença do papa e disse que visitando o santuário nacional Francisco, visita simbolicamente todo o país, lembrando que este templo foi visitado por três papas, João Paulo II em 1980, Bento XVI em 2007 e agora o primeiro pontífice latino-americano.

O cardeal lembrou a história de Nossa Senhora de Aparecida, disse que a imagem negra, segundo estudiosos, se deve à lama do rio e à fumaça das velas, mas também que o negro é interpretado como uma referência ao sofrimento dos pobres e dos excluídos, especialmente o povo negro na história daqueles anos do Brasil.

'Ver (o negro) na cara da Mãe Imaculada do Senhor empurra continuamente a Igreja a se comprometer com os pobres e por sua vez, que a Igreja seja pobre para evangelizar, já que assim, livre, pode servir ao Senhor e a seu Evangelho', afirmou o cardeal.

O purpurado doou ao papa uma imagem de Nossa Senhora, que Francisco beijou. O pontífice correspondeu com um cálice.