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Relatório aponta que 56% dos pacientes em UTI Covid de Teresina são do interior do Piauí

Foto: DiaEsportivo / FolhapressRelatório aponta que 56% dos pacientes em UTI Covid de Teresina são do interior do Piauí
Relatório aponta que 56% dos pacientes em UTI Covid de Teresina são do interior do Piauí

Um relatório do Comitê de Operações Emergenciais (COE) da Prefeitura de Teresina revela que "56% dos internados em leitos públicos de UTI Covid em Teresina correspondem aos pacientes com endereço de residência declarado como de cidades do interior do estado do Piauí". 

A TV Cidade Verde teve acesso ao relatório do Comitê de Operações Emergenciais (COE) da Prefeitura de Teresina. O documento, assinado por vários médicos no dia 02 de fevereiro de 2021, é composto por análises epidemiológicas importantes sobre a Covid-19 no município de Teresina, como subsídio às tomadas de decisão em saúde pública.

• Os atendimentos por síndrome gripal nas unidades de pronto atendimento e nas unidades básicas de saúde de Teresina exibiram tendência decrescente nas primeiras semanas epidemiológicas de 2021, com registro de redução de 25% entre os meses de dezembro de 2020 e janeiro de 2021.

• Sem aumento correspondente e precedentes nos atendimentos por síndrome gripal, podem indicar que as notificações de casos, internações síndrome respiratória aguda grave, a ocupação de leitos e o registro de óbitos na capital, em parte, correspondem aos pacientes oriundos de cidades do interior. 

Integrante do COE, o médico infectologista, Walfrido Salmito, comenta que a análise dos dados ocorreu com base nos atendimentos de síndrome gripal nas portas de entrada na cidade de Teresina. " O objetivo desse relatório é dar exata dimensão da situação da Covid-19 na capital. A gente sabe que os pacientes do interior sempre vieram, continuarão vindo e serão muito bem-vindos”. 

“Nós observamos que não há o aumento substancial no número de síndromes gripais, mas há sim um decréscimo de 25% ou de quase uma estabilidade nas entradas de síndrome gripal. Esse dado é importante porque é bem precoce. A síndrome respiratória aguda grave é algo que vem posterior à síndrome gripal. O paciente primeiro procura com sintomas básicos como febre, coriza nasal, dor de garganta. Nesses atendimentos, nós não registramos aumento. Isso nos leva a crê que parte do aumento do número de casos se deve ao atendimento das síndromes gripais no interior do estado”. 

• Atualmente estão caracterizados como leitos públicos de UTI-Covid em Teresina 120 leitos ao passo que da primeira onda de Covid-19, em 2020, chegaram a ser disponibilizados 215 leitos de UTI-Covid na capital. 

• Em levantamento rápido pontual realizado pelo COE-FMS-Teresina em 01/02/2021, verificou-se que 56% dos pacientes internados em leitos públicos de UTI Covid em Teresina correspondiam aos pacientes com endereço de residência declarado como de cidades do interior do estado do Piauí. 

• As internações hospitalares por síndrome respiratória aguda grave registradas no Censo Hospitalar Covid-19 Teresina apresentaram tendência de alta nas últimas semanas epidemiológicas. Ao serem comparados os meses de dezembro de 2020 e janeiro de 2021, houve incremento de 20% nas internações por casos graves nos hospitais públicos e privados da capital. Ressalta-se que, por problemas de operacionalização do censo hospitalar ocorridos no período de transição da gestão – especialmente nas duas primeiras semanas de 2021, houve sub-registro de casos de síndrome respiratória aguda grave. 

• Embora seja esperado “delay” entre atendimentos por síndrome gripal, notificações de casos confirmados e internações por síndrome respiratória aguda grave (sequencialmente), não se pode descartar a possibilidade da pressão atual por leitos de internação em Teresina ser sequencia de pacientes infectados e adoecidos no interior do estado, mas hospitalizados na capital. 

O médico destaca que “nós temos a elevação do número de casos internados com essa síndrome (respiratória aguda grave).  Por isso, as taxas de ocupação de leitos de UTI (unidade de tratamento intensivo) e de leitos clínicos aumentam também”. 

“A gente sabe que a pandemia é heterogenia. O Piauí é muito grande. A gente sabe que algumas cidades podem ter surtos da pandemia e isso, eventualmente, se refletir em Teresina. Os pacientes terminam drenando para Teresina ocupando os leitos da cidade de Teresina. Isso eleva a atenção para todo o estado. Teresina, evidentemente, é o pilar da saúde do Piauí”, ressalta. 

“Em algumas situações é até natural que, mesmo você tendo um leito Covid no interior do estado, você regule o paciente para Teresina porque aqui está a alta complexidade, os procedimentos são mais complexos. Aqui a gente tem maior resolução de todos os procedimentos", acrescenta o médico. 

Fonte: Cidade Verde

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