Esporte

Ariane Lipski relata "moral" de Dana White e promete atuação sem desculpas

Foto: Josh Hedges / Getty ImagesLutadora, que sofreu com três lesões antes de estreia no Ultimate, foi elogiada pelo patrão após derrota no Brooklyn e destaca evolução para confronto com Molly McCann no sábado
Lutadora, que sofreu com três lesões antes de estreia no Ultimate, foi elogiada pelo patrão após derrota no Brooklyn e destaca evolução para confronto com Molly McCann no sábado

Não é todo lutador do UFC que pode dizer que conheceu Dana White, ainda mais em sua estreia. Com mais de 400 atletas no elenco, o presidente da companhia não lida diretamente com todos seus lutadores, apenas com suas maiores estrelas. No entanto, o chefão tirou alguns minutos de sua atribulada agenda para conversar com uma estreante no UFC Brooklyn, em janeiro, após uma derrota da dita cuja.

A lutadora em questão é a brasileira Ariane Lipski. A peso-mosca curitibana de 25 anos chegou à organização com status de potencial estrela, após nove vitórias consecutivas e duas defesas de cinturão no evento polonês KSW, mas foi derrotada por Joanne Calderwood em sua primeira luta no UFC.

- No final, o Dana White chamou a gente para conversar, coisa que ele não faz com todos os atletas. Ele disse que eu estava muito tempo sem perder, que ele queria me testar, me dar uma atleta experiente, num evento grande, e eu não decepcionei. Falei o que ia fazer, que era buscar a vitória até o fim. Quem estava presente no UFC ficou muito feliz, o público presente gostou porque no fim eu dei uma queda e quase reverti a luta. Mesmo com o resultado não sendo o esperado, todo mundo ficou contente com meu desempenho - relatou Ariane, em entrevista ao Combate via Skype.

A "Rainha da Violência" pegou uma "pedreira" em sua primeira experiência dentro do octógono: Joanne Calderwood é a sexta colocada do ranking peso-mosca e estava cotada para disputar o cinturão antes de sofrer uma derrota por pontos para Katlyn Chookagian no início de junho. Mas a curitibana conta que seu maior obstáculo na estreia foi uma série de lesões que limitou sua preparação para o combate.

- Eu estava um ano afastada do cage, tive três lesões consecutivas. Na minha última luta no KSW, eu já estava lesionada na lombar, então foram alguns meses sem poder treinar ou competir no jiu-jítsu, o que estava me ajudando no MMA. Por causa disso, machuquei o meu ombro me preparando para lutar na Argentina contra Maryna Moroz. Antes dessa luta que foi desmarcada, eu me lesionei. Depois eu recuperei o meu ombro no jiu-jítsu novamente. Três semanas antes da luta (contra Calderwood), eu lesionei o meu joelho, não consegui encostar meu joelho no chão, para no dia da luta eu estar bem, e eu precisava fazer essa luta. Como todo mundo sabe, atleta só recebe quando luta, e eu estava há um ano sem lutar e receber - justifica.

Ariane Lipski terá sua segunda chance de vencer no UFC neste sábado, quando enfrenta a britânica Molly McCann em Greenville. Desta vez, a brasileira garante que sua preparação foi exemplar. Os cinco meses desde a estreia incluíram um período no Instituto de Performance do UFC em Las Vegas, onde a brasileira passou por uma bateria de testes físicos, e intercâmbios de treino com as academias Rock Solid e Cordoba Wrestling, em Nova Jersey.

- Eu estou muito preparada. Desta vez estou 100%, não tem desculpa de lesão, meu corte de peso está ótimo, meu training camp foi ótimo. Cada treino eu me sentia melhor. Eu sou uma esponja, aprendo as coisas muito rápido, estou em constante evolução. Estou entrando muito confiante para a vitória. Independentemente do resultado, do que os outros estão pensando ou o fato de eu ser muito favorita para essa luta, estou pensando em entrar lá e fazer o que eu mais gosto, que é lutar.

A peso-mosca curitibana é favorita nas casas de aposta, apesar do bom cartel de McCann: oito vitórias e apenas duas derrotas, título no evento europeu Cage Warriors e um triunfo por decisão unânime sobre outra brasileira, Priscila Pedrita, em sua última apresentação. Ariane elogiou sua adversária, mas deixou claro que concorda com seu favoritismo na luta.

- A Molly é uma atleta dura, assim como eu coloca muito coração na luta, gosta da trocação, gosta de mostrar serviço e ir para cima. Mas a gente estudou, e analisando tecnicamente e friamente, a gente sabe que eu tenho muitas chances de vencer essa luta tanto em pé, quanto na parte de jiu-jítsu. Sem menosprezar, mas eu tenho muita chance de vencer essa luta. Eu não vou dizer como vou vencer, eu quero explorar os erros dela, mostrar como melhor tecnicamente eu estou, mais madura e como eu evoluí da minha última luta - analisou.

O Combate transmite o UFC Greenville ao vivo e com exclusividade neste sábado a partir de 16h30 (horário de Brasília). O Combate.comexibe as duas primeiras lutas em vídeo ao vivo e acompanha o evento em Tempo Real. Confira o card:

UFC Greenville
22 de junho de 2019, na Carolina do Sul (EUA)
CARD PRINCIPAL (20h, horário de Brasília):
Peso-pena: Renato Moicano x Zumbi Coreano
Peso-galo: John Lineker x Rob Font
Peso-meio-médio: Bryan Barberena x Randy Brown
Peso-mosca: Andrea Lee x Montana De La Rosa
Peso-médio: Kevin Holland x Alessio Di Chirico
Peso-palha: Ashley Yoder x Syuri Kondo
CARD PRELIMINAR (17h, horário de Brasília):
Peso-pena: Dan Ige x Kevin Aguilar
Peso-leve: Matt Wiman x Luís Peña
Peso-pesado: Allen Crowder x Jairzinho Rozenstruik
Peso-mosca: Molly McCann x Ariane Lipski
Peso-médio: Deron Winn x Eric Spicely
Peso-galo: Andre Ewell x Anderson Berinja

Fonte: Combate