Saúde

Sesapi descumpre ação judicial e pacientes com câncer ficam sem tratamento

Pacientes com câncer que fazem tratamento com a imunoterapia entraram com ações na Justiça para terem o direito de receber a medicação para fazer o tratamento. Mesmo tendo ganho o processo eles ainda não estão recebendo a medicação. Ela é considerada excepcional e o tratamento não pode parar.

Quando o pai da Adriana terminou a quimioterapia para tratar de um melanoma e não conseguiu a regressão da doença foi indicado a ele que fizesse um tratamento novo, a imunoterapia. "Sou de um médico, que fazia esse tratamento, já tinha ido atrás, já tinha lido e infelizmente ele não podia me dar o laudo", afirma a pedagoga Adriana Lima.

Por não ter condições de manter o tratamento eles fizeram uma solicitação diretamente a Secretaria Estadual de Saúde, já que a farmácia de medicamentos excepcionais não distribui esse tipo de remédio. Porém o pedido foi negado. Por causa disso, a família de Adriana ingressou com uma ação no judiciário para solicitar o remédio e o pedido foi acatado pelo Tribunal de Justiça.

O estado, o município e a União tem que dar o suporte a população. Quando você não tem condições de pagar um remédio, especialmente uma imunoterapia que é muito cara, o Estado no caso, tem que se responsabilizar não pode deixar a mercê, senão, o que ocorre? A pessoa vai morrer?", explicou o advogado Rodrigo Mourão.

Como mesmo com a ordem judicial os remédios não foram entregues pela Sesapi, a Justiça pediu o sequestro de 300 mil reais das contas do Governo, mas somente 67 mil foram encontrados. "Infelizmente quando se começa um tratamento, tem que tomar do início ao fim. Um tratamento desses você não pode começar e depois interromper porquê não vai ter a mesma eficácia. Você pode conversar com qualquer médico que ele vai dizer que o tratamento dura no mínimo seis doses, ou oito doses, e como é um remédio novo você não pode dar uma dose e parar, tem que ter continuidade", completa o advogado.

A imunoterapia é um sistema novo de tratamento a pessoas com câncer que apresenta eficácia superior a quimioterapia em diversas situações e que tem
sido recomendado pelos médicos quando os métodos tradicionais não funcionam. Assim como o pai da Adriana existem mais três pessoas com processos ajuizados solicitando a Sesapi o financiamento dos remédios, que custam muito caro. Uma única dose do remédio do pai de Adriana, por exemplo, custa 20 mil reais. E ele precisa de duas doses por mês.

Sem dinheiro, o tratamento está parado, e a preocupação com a saúde aumenta a cada dia. "Meu pai definhando. Ele está muito magrinho e é muito difícil você ver seu pai definhar", desabafa Adriana.

Sesapi responde

A Secretaria Estadual de Saúde informou apenas que a Farmácia de Medicamentos Excepcionais não fornece esse tipo de remédio e que é preciso um ação na Justiça para consegui-los e eles podem demorar a serem encontrados. Sobre quando os remédios vão ser fornecidos aos pacientes, nenhuma informação foi dada.

Fonte: Cidade Verde