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Seis capitais do país têm UTIs com taxa de ocupação acima de 80%

Foto: Roberta AlineSeis capitais do país têm UTIs com taxa de ocupação acima de 80%
Seis capitais do país têm UTIs com taxa de ocupação acima de 80%

O avanço da Covid-19 em estados do Sul e do Centro-Oeste, além de Minas Gerais, pressiona a demanda por leitos no sistema de saúde pública desses estados, sobretudo nas capitais. Ao todo, seis capitais de estados registram ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) acima de 80%.
Goiânia e Campo Grande registram o pior cenário, com ocupação acima de 90%. Na sequência, com mais de 80% dos leitos ocupados, aparecem Porto Alegre, Belo Horizonte, Curitiba e Aracaju.

A capital de Goiás estava nesta segunda-feira (10) com 95% dos 106 leitos de terapia intensiva para pacientes com suspeita de Covid-19 ocupados. Nos últimos dias, foi registrado um avanço do número de casos da doença registrados na cidade.

"Não estamos em platô. Estamos com crescimento [dos casos de Covid-19], embora não seja um crescimento vertiginoso", afirmou a secretária municipal de Saúde, Fátima Mrué, em entrevista à imprensa nesta terça-feira (11).

Foram abertas 30 novas vagas na cidade com a inauguração do Hospital das Clínicas, que é vinculado à Universidade Federal de Goiás e estava em construção havia 18 anos.

Em Campo Grande (MS), que nos últimos meses figurava entre as capitais com menor demanda por leitos para pacientes com Covid-19, a ocupação chegou a 91%.Há duas semanas, o índice de ocupação de leitos era de 63%, mas houve uma mudança de metodologia: a prefeitura passou a divulgar o total de UTIs e não apenas os reservados para Covid-19.

Ainda assim, a maioria dos internados na macrorregião de Campo Grande, segundo dados do governo estadual, é de pacientes com Covid-19. Ao todo, a capital de Mato Grosso do Sul registrou 13.245 casos confirmados de coronavírus e 204 mortes em decorrência de Covid-19.

Entre os estados do Sul, Porto Alegre enfrenta o pior cenário com 9 de cada 10 leitos de UTI ocupados. A taxa de ocupação de 89% é praticamente a mesma de duas semanas atrás apesar do incremento no número de leitos na capital gaúcha.

Segundo uma projeção da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre deve enfrentar o pico da pandemia no final de agosto.

Em meio ao momento mais crítico da pandemia no Rio Grande do Sul, o estado relaxou regras para funcionamento de comércio e serviço em cidades de regiões classificadas como de alto risco. Um decreto do prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr. (PSDB), liberou shoppings, academias, cultos, restaurantes e bares, desde que obedeçam a regras de lotação, horários limitados e protocolos de higiene.

Além disso, o governador Eduardo Leite (PSDB) indicou a possibilidade de retorno às aulas em 31 de agosto, de forma escalonada, começando pelo ensino infantil.

Em Curitiba, a ocupação de leitos segue em um patamar alto a despeito de o prefeito de Curitiba, Rafael Greca (DEM), ter afirmado que o pico da doença na capital foi atingido em 19 de julho.

Nesta quarta-feira (12), a cidade ainda registrava uma taxa de ocupação de leitos de UTI acima de 80% e somou mais 14 mortes e 486 novos casos da doença.

"Amanhã, se Deus quiser, serão dias melhores. Se em seis dias tivemos quase mil pessoas curadas, pode ser que estejamos deixando o pico da pandemia", disse o prefeito à reportagem na última sexta-feira (7).

No Distrito Federal, que via um crescimento da demanda por leitos de UTI, a taxa de ocupação caiu para 73% nesta segunda-feira. Há duas semanas, este índice era de 77%. A ampliação da oferta de leitos na capital federal foi crucial para a redução dos índices. Ao todo há 752 leitos de UTI destinados para a doença, e 82 vagas foram abertas desde 27 de julho.

Entre as capitais de estados do Nordeste, Aracaju é a que tem maior demanda por leitos, com ocupação de 80%. O estado de Sergipe já registra 65 mil casos da Covid-19 e 1.633 mortes pela doença.

Nas demais capitais nordestinas, a pressão por leitos é menor. Em Salvador, que enfrentou forte demanda durante o mês de julho, a taxa de ocupação de leitos de UTI caiu para 63%.

A queda das taxas fez com que a prefeitura autorizasse a reabertura do comércio e shoppings no dia 24 de julho. Desde a segunda-feira (10), academias, salões de beleza, bares e restaurantes podem funcionar mediante cumprimento de regras de distanciamento social.

No Recife, após três meses com tendência de queda dos indicadores da pandemia, o maior hospital de campanha montado na cidade começou a ser desativado nesta quarta-feira (12). A unidade de saúde conta com cem leitos de UTI.

"Nós chegamos à menor taxa de ocupação das UTIs, somando os leitos da prefeitura e do governo do estado", afirmou em entrevista à imprensa o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB).

O estado de Pernambuco, que abriu 20 novas vagas nas últimas duas semanas na rede estadual, atingiu nesta quarta-feira a menor taxa de ocupação de UTIs para pacientes com sintomas da Covid-19: 62%.

Em Natal, a taxa de ocupação de leitos permanece em queda. Nos últimos 15 dias, o índice caiu de 60% para 54%. A capital do Rio Grande do Norte chegou a apresentar 100% de ocupação durante mais de dois meses.

No estado de São Paulo, a taxa de ocupação de leitos de UTI para Covid-19 caiu de 65,7% para 59,1% entre 27 de julho e 10 de agosto. Na capital, este índice caiu de 56% para e 50% no mesmo período

Apesar da queda no número de novas internações, os dados da Secretaria Estadual da Saúde mostram um crescimento de 5% nas mortes pela doença no estado. Nesta semana, houve 86 óbitos a mais do que na anterior.

O secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, afirma que a alta é resultado da maior taxa de internações que ocorreram há duas semanas. A expectativa para as próximas semanas é de uma redução no número de óbitos.

Nova projeção feita pelo Centro de Contingência do Coronavírus aponta que até 15 de agosto o estado poderá ter, ao todo, 720 mil casos de coronavírus e 31 mil mortes por Covid-19.

Fonte: FolhaPress