Teresina (PI)

Rede de Saúde Mental da capital é atualizada sobre prevenção ao suicídio

Encontro acontece durate todo o dia de hoje no Centro de Formação Odilon Nunes

 
Rede de Saúde Mental da capital é atualizada sobre prevenção ao suicídio

Os profissionais que atuam na Rede de Saúde Mental de Teresina receberam atualização sobre prevenção ao suicídio com o tema “Manejo do paciente com comportamento suicida”. A capacitação acontece durante toda esta quinta-feira (20), no auditório do Centro de Formação Odilon Costa Nunes.

 

“É sempre bom estarmos atualizando os manejos e forma de abordagens aos pacientes da rede de atenção psicossocial. Estamos vivendo um fenômeno mundial, onde o suicídio, ainda visto como um tabu, revela uma realidade catastrófica. Os números que a Organização Mundial de Saúde nos informa são de, pelo menos, 800 mil pessoas se suicidando anualmente no mundo. São dados alarmantes e muito preocupantes”, informa Luanna Buenos, gerente de saúde mental de Teresina. Ela diz ainda que, segundo as estatísticas, os jovens são os mais afetados.

 

“Entendemos que a rede de atenção psicossocial da capital precisa continuar esse fortalecimento diante da temática suicídio. Hoje vamos tratar, além de outros aspectos, do fluxo do atendimento dessas pessoas com ideação suicida, que foi organizado pelo Núcleo de Estudos e Prevenção ao Suicídio da Fundação Municipal de Saúde”, diz. De acordo com relatório geral 2017 do PROVIDA (ambulatório especializado no tratamento de pessoas com ideação suicida na capital), 69% das pessoas atendidas no local foram do sexo feminino, 64% eram jovens de até 29 anos, 68% solteiros, 37% efetivamente tentaram suicídio, 8% planejaram, 55% tinham ideação suicida. Sendo que os que tentaram realizaram o ato em suas residências e 88% dos casos pediram ajuda após o ato.

 

“Atualmente, Teresina possui uma rede de saúde mental bem estruturada e fortalecida. Temos o PROVIDA e sete Centros de Atenção Psicossocial, um CAPS Infantil, um AD (Álcool e Drogas) e quatro CAPS tipo dois e um CAPS tipo três, todos atendendo demandas de pessoas com ideação suicida. O suicídio, em 90% dos casos, é atrelado a algum transtorno mental”, afirma Luanna Bueno.

 

Na capacitação de hoje uma palestra sobre o acolhimento na ideação e tentativa de suicídio e fluxo de atendimento foi ministrada pelo psicólogo Daniel Feitosa. O psiquiatra Adilson Lima expôs os fatores de riscos e fatores de proteção e a assistente social Lúcia Rosa falou do papel da família no cuidado do paciente com comportamento suicida.

 

“É importante que todos os profissionais da rede de atenção psicossocial saibam os fatores de risco e os fatores de proteção. Para que recebamos um paciente em risco de suicídio e possamos analisar de uma melhor forma o contexto em que isso está acontecendo e estabelecer o risco e oferecer o melhor tratamento para o paciente. Decidirmos o tipo de tratamento, um tratamento ambulatorial, medicamentoso, psicoterápico, ou até mesmo, nos casos mais greves, uma internação hospitalar”, explica o psiquiatra do CAPS infantil, Adilson Fortes.

 

No turno da tarde ainda acontecerão outras atividades. A partir das 14h a psiquiatra Inara Magalhães falará sobre manejo clínico. Das 16h às 17h a psicóloga Patrícia Moreira aborda a posvenção, que é o nome que se dá aos cuidados psicológicos àqueles que sofreram algum trauma.

 

Saúde Mental dos profissionais quem atuam na atenção psicossocial

O acolhimento aos profissionais da Rede de Atenção Psicossocial, durante a atualização sobre prevenção ao suicídio com o tema “Manejo do paciente com comportamento suicida”, foi feito por um membro da Academia de Ikebana Sanguetsu, Daniela Batista, que também é servidora da FMS. A Ikebana Sanguetsu é uma milenar arte japonesa, cuja técnica consiste em arranjar galhos e flores naturais em plena harmonia com os vasos utilizados, o ambiente e a ocasião.

 

“O Ikebana Sanguetsu não se constitui apenas em um elemento decorativo, mas propicia o despertar da sensibilidade para o belo, enobrecendo o sentimento de respeito ao ser humano e à natureza e harmonizando a pessoa consigo e com o mundo. Essa arte propõe vivência com as flores de forma a despertar sentimentos e pensamentos positivos e com relatos de experiência de melhoras de pessoas com ideação suicida”, revela Daniela.

 

As composições florais são fruto da criatividade, por isso inúmeros estilos surgiram no Japão através dos tempos. O estilo se caracteriza pela simplicidade, tem sua essência no respeito à Grande Natureza e objetiva a elevação espiritual tanto de quem o compõe quanto de quem o aprecia.

Fonte: PMT