Cultura

Programa de intercâmbio leva piauienses para estudar no Japão

 

Cerca de 140 piauienses já participaram do projeto ao longo de 28 anos.
'Anualmente estamos convocando', diz cônsul japonês Masahiko Kobayashi.

 

Um programa de intercâmbio japonês oferece a estudantes brasileiros bolsas de estudos para duas das melhores universidades do mundo. Proporcionalmente ao número de habitantes, o Piauí é o estado brasileiro com mais intercambistas, são 140 em 28 anos de projeto.

O estudante Phillip Gallas que já estudava a língua japonesa, estudou intensamente por mais de um ano para conseguir passar nas provas e alcançar o sonho de conseguir fazer intercâmbio no Japão, onde irá estudar engenharia elétrica. O curso tem duração de cinco anos. A autorização para o estudante viajar sai no mês de dezembro.

“Eu sempre fui interessado em tecnologia e achei muito interessante poder ter a oportunidade de estudar no Japão e pesquisei mais sobre isso. Quando eu falei pra os meus pais que eu queria muito tentar a bolsa, eles souberam que era uma grande oportunidade. Na verdade é uma oportunidade única para quem quer desenvolver principalmente pesquisa, que infelizmente no Brasil é muito complicado. Lá já se tem toda a infraestrutura, incentivo para os estudantes”, contou.

O programa oferece bolsas nas modalidades de pesquisa, graduação, escola técnica, língua e cultura japonesa, curso profissionalizante e treinamento para professores. Para estudar no Japão os piauienses fazem uma prova na cidade de Belém e se aprovados são encaminhados para uma entrevista.

Difícil mesmo vai ser para o técnico em radiologia Kleber Gallas, pai de Phillip, que já está apreensivo com a ideia do filho morar tão longe. “Não é fácil. Realmente quando a gente imagina, não é fácil agora. Imagina no dia que acontecer. Mas em fim é o jeito. Filho é para o mundo”, disse.

O estudante Rafael Gonçalves que já está no Japão estudando mestrado em arquitetura e desenvolvendo um projeto, conta como é a experiência e a oportunidade de estudar no país japonês.

“Aqui tem uma cultura bem diferente do Brasil. O Brasil é bastante aberto e o japonês é um pouco mais introspectivo, então essa adaptação às vezes é complicada, mas em momento nenhum eu me arrependo. Obviamente eu sinto saudades de algumas coisas do Brasil, mas não me arrependo em momento nenhum de ter vindo aqui para o Japão e acredito que foi uma decisão bem certa na verdade, porque é um país que abriu as portas pra mim como estudante numa universidade muito boa. Então eu fico feliz de estar aqui”, explicou.

Para quem deseja fazer parte desse projeto e conseguir bolsas de intercâmbio para o Japão, um dos pré-requisitos é o candidato ter conhecimento de inglês ou japonês fluente. O cônsul Masahiko Kobayashi contou que no caso da graduação o concorrente precisa ter o ensino médio completo, e na pesquisa precisa ser formado ou formando.

“Nosso ministério de educação oferece anualmente bolsa de estudos para curso de graduação, cursos técnicos e profissionalizantes. Quem tiver interesse pode procurar o site do consulado em Belém. As inscrições para esse ano já terminaram, mas anualmente estamos convocando”, explicou.