Política

Prevent Senior fez eutanásia não autorizada de pacientes, diz senador da CPI

Foto: Sérgio Lima/Poder360A advogada Bruna Morato afirmou à CPI da Covid no Senado que tentou firmar um acordo com a Prevent Senior antes de tornar públicas as acusações contra a rede
A advogada Bruna Morato afirmou à CPI da Covid no Senado que tentou firmar um acordo com a Prevent Senior antes de tornar públicas as acusações contra a rede

O senador Rogério Carvalho (PT-SE) afirmou na sessão da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid nesta 3ª feira (28.set.2021) que a Prevent Senior fez “eutanásia não autorizada” de pacientes que ainda tinham chances de sobreviver. O colegiado ouviu nesta 3ª a advogada Bruna Morato, que representa 12 médicos da rede de hospitais que acusam a empresa de usar pacientes como cobaias do tratamento precoce e ocultar mortes pelo coronavírus.

A eutanásia é o nome que se dá ao procedimento de proporcionar uma morte sem dor a uma pessoa em estado terminal, com seu consentimento ou o de sua família.

Morato declarou à CPI ter ouvido relatos de profissionais da Prevent Senior segundo os quais pacientes da rede diagnosticados com covid-19 que ainda teriam chance de sobrevivência eram encaminhados a um setor de tratamento paliativo sem que suas famílias tivessem a compreensão de que estariam abrindo mão de uma tentativa de recuperá-los. No setor de tratamento paliativo, de acordo com a advogada, os pacientes recebiam morfina para diminuir o sofrimento até que morressem.

Ela disse que esses pacientes recebiam hidroxicloroquina e ivermectina e eram orientados a medicar-se com os remédios ineficazes para tratar a covid-19. Quando o estado de saúde desses clientes piorava, eles voltavam ao pronto atendimento, muitas vezes já sofrendo de síndrome respiratória aguda grave, segundo a advogada.

“Ouvi relatos de médicos dizendo que pacientes que não eram crônicos, pacientes que estavam acometidos pela covid-19 com a síndrome respiratória aguda grave passavam pelo pronto-socorro e, pela idade desses pacientes, pelas condições físicas desses pacientes, a família recebia a seguinte orientação, às vezes, no ambiente do pronto atendimento, do pronto-socorro, que era a seguinte: ‘Olha, o seu pai, ou a sua mãe, ou seu avô, ou a sua avó está muito debilitada. Caso eu faça a intubação desse paciente, essa intubação é um procedimento invasivo, então você tem duas escolhas enquanto familiar: uma é optar pelo tratamento mais invasivo e outra que são as medidas de conforto’. A essas medidas de conforto se dá o nome de paliativo. E esse paciente, infelizmente, era conectado a uma bomba de morfina. Ele não recebia o tratamento adequado e ele evoluía a óbito”, afirmou Morato.

Rogério Carvalho também disse que o suposto procedimento de encaminhar pacientes com chance de sobrevivência para o setor de tratamento paliativo tinha o objetivo de reduzir custos de internação para a operadora de planos de saúde.

Fonte: Poder 360