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President Evil: RPG brasileiro ganha novos personagens

Foto: Divulgação
"Frescurento mimimi" e "Capitão Cloroquina" são alguns dos novos personagens do RPG criado pela autora paulistana Paola Giometti

President Evil, RPG de mesa brasileiro que retrata a luta contra o coronavírus (Covid-19) ganhou uma segunda edição com novas classes de personagens, itens e mecânicas que envolvem também as variantes do coronavírus.

Desenvolvido pela autora paulistana e doutora em ciências pela USP, Paola Giometti, que atualmente mora na Noruega, President Evil é inspirado nas frases negacionistas ditas pelo presidente Jair Bolsonaro.

Conheça os novos personagens de President Evil:

Frescurento(a) mimimi: "não sai de casa há 1 ano, sobreviveu à depressão e tem boas qualidades de sobrevivência";

Capitão(ã) Cloroquina: "prefere morrer a assumir que Cloroquina não funciona contra covid-19, mas que adora o sabor da Tubaína nos comprimidos";

Terraplanista: "pensa que se a terra fosse redonda, a quarentena funcionaria";

Viciado(a) em Kit Covid: "quando se medica se sente invencível";

Enfermeiro(a) das Trevas: "foi em cana por fingir aplicar vacina, mas ao iniciar a partida, tem uma vacina vencida no jaleco";

Policial Tocador de Gado: "não aguenta ver aglomeração e sai tocando todos para casa";

Holístico(a) Messias: "acha que nasceu para curar as pessoas, diz que Deus tem um plano com o Covid e que está tudo acontecendo da maneira certa";

Anti-Vacina: "caso tome a vacina contra covid vai virar um animal à escolha do mestre".

"Apesar da inspiração nas falas do presidente brasileiro, quero deixar claro que não sou adepta a nenhum partido político”, esclarece a criadora Paola. “Não apoio nem a direita e nem a esquerda. Eu apoio empatia, bom senso e que cada um cumpra a sua parte nesse processo. Que médicos e cientistas continuem a cumprir o dever deles, que o presidente cumpra o seu papel, e se ele não sabe fazer isso, que tenha a boa vontade de no mínimo aprender o caminho com os países subdesenvolvidos e desenvolvidos que estão fazendo um bom trabalho."

O nome President Evil foi escolhido pelas redes sociais da autora e é um trocadilho com a franquia Resident Evil, da Capcom, criada por Shinji Mikami. O jogo atingiu cerca de 300 downloads em 24 horas e atualmente conta com 30 mil downloads.

De acordo com Paola, a ideia de fazer o jogo não foi planejada e sim uma forma de reagir a ataques sofridos nas redes sociais. "Eu havia feito um post aos amigos do Brasil mostrando o que as grandes mídias internacionais comentavam sobre as frases bizarras do presidente brasileiro e fui atacada e ofendida por muita gente. Para responder aos ataques eu usei uma dose de humor sarcástico com regras de RPG para criar o jogo," explica a autora.

O jogo retrata a realidade de uma pandemia, mas em um cenário caótico, onde um álcool em gel custa 100 reais e um medicamento duvidoso que pode salvar ou matar alguém custa 400 reais e poucos têm 600 reais para gastar. A nova edição também inclui Vacina com Ship que, se aplicada, o personagem pode ter a mente controlada.

Versão americana com Donald Trump

President Evil também ganhou sua versão Americana, com as famosas e ofensivas frases do presidente Donald Trump. Nessa versão em língua inglesa, Paola criou classes de personagens bizarras como a Addicted do Lysol, onde os personagens são viciados em Desinfetantes Lysol e UV Guy, onde os personagens carregam lâmpada UV e ao fazer uso dela perdem muita imunidade - já que o UV mata os microorganismos nas superfícies e também causa danos ao DNA.

Segundo Paola, para muitos, os perigos do coronavírus ainda são pura fantasia da mídia e uma histeria coletiva. Talvez alguns joguem o seu jogo com um olhar de real sobrevivência e outros com olhar de quem joga Resident Evil. "A mensagem que quero passar com o President Evil é que se formos egoístas e não mudarmos de atitude rápido, se continuarmos não assumindo nossos erros para sermos capazes de corrigi-los, vamos continuar perdendo amigos e parentes", afirma.

Como jogar President Evil

President Evil é recomendado jogar com 2 a 6 participantes, com idade a partir de 14 anos, já que pode conter cenas de violência. Paola sugere que também pode ser adaptado por mestres para que seja mais brando para se jogar com crianças a partir de 11 anos. Para jogar você vai precisar de lápis, borracha, folha de papel, alguns dados. O jogo pode ser baixado neste link.

Fonte: IGN Brasil