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Morre o ator Sergio Mamberti, aos 82 anos

Foto: AgNewsMorre o ator Sergio Mamberti, aos 82 anos
Morre o ator Sergio Mamberti, aos 82 anos

O veterano ator Sergio Mamberti morreu na madrugada desta sexta-feira, 03 de agosto, em São Paulo. O artista de 82 anos estava internado em um hospital da rede Prevent Sênior, na capital paulistana. Conforme foi noticiado, ele estava intubado, com uma infecção nos pulmões. A morte do ator, confirmada por um dos filhos do ator, Carlos Mamberti, se deu em decorrência de falência múltipla de órgãos.

O filho do veterano ainda destacou que o pai teve que enfrentar uma disfunção renal e, por estar muito tempo deitado, a musculatura do ator começou a ser também afetada.

“Este ano tem sido duro para ele. Já teve três internações. Na penúltima (em julho), teve uma pneumonia, resolveu e voltou para casa. Mas foram muitos remédios, e isso acabou afetando um pouco os rins dele. Ele passou três semanas em casa e começou a ter disfunção renal, o que alterou a pressão. Novamente, teve que voltar para a UTI. E, como fica numa posição sem muito movimento, novamente o pulmão começou a ter água e, com isso, se formou uma nova pneumonia. A parte da musculatura, essa coisa de ficar muito tempo na cama, começou também a pegar. Ele teve que ser intubado”, disse Fabrício Mamberti quando o estado de saúde do pai agravou.

Ao ser internado no último dia 28 de agosto, Sergio Mamberti chegou a realizar exame de Covid-19, mas a infecção foi descartada pela equipe médica. 

Em julho deste ano, Sergio Mamberti havia sido internado para tratar de uma pneumonia e chegou a passa por uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Após cerca de 15 dias, se recuperou e teve alta.

A estreia de Sergio Mamberti foi no cinema em 1966 com a comédia “Nudista à força”, de Victor Lima. Depois, emplacou inúmeros sucessos: “O Bandido da Luz Vermelha” (1968), “Toda Nudez Será Castigada” (1973), “O Homem do Pau Brasil” (1980), “A Hora da Estrela” (1985), “A Dama do Cine Shangai” (1987). Também estrelou filmes infantis como “Xuxa Abracadabra” (2003) e “O Cavaleiro Didi e a Princesa Lili” (2006).

Mamberti também reinou nas novelas. Um de seus primeiros papéis de destaque foi como João Semana em “As Pupilas do Senhor Reitor” (1970). Depois disso, atuou também em , “Brilhante” (1981), “Anjo Mau” (1998), “O Profeta” (2007), “Flor do Caribe” (2013), “Sol Nascente” (2016), entre outras. Seu maior sucesso foi o mordomo Eugênio na clássica “Vale Tudo” (1988).

O veterano acumulou inúmeros papéis de destaque em sua carreira também em séries. O mais querido deles, no universo infantil. Foi dele o saudoso personagem Dr. Victor, do “Castelo Rá-Tim-Bum”.

O artista também participou de produções da TV Globo, como “A Diarista” e “Os Normais”. O trabalho mais recente de Mamberti foi na série “3%”, produção brasileira da Netflix.

Como diretor, Sergio esteve à frente de espetáculos teatrais importantes no circuito paulista. Em 2019, estreou, ao lado de Rodrigo Lombardi em“Um Panorama Visto da Ponte”.

Grande articulador cultural, Sergio Mamberti abrigou, em sua casa em São Paulo, artistas vindos do Brasil e de fora que precisavam de abrigo. Entre seus hóspedes, estão os Novos Baianos, Asdrúbal Trouxe o Trombone e The Living Theatre.

BIOGRAFIA

Nascido em 22 de abril de 1939, na cidade de Santos, litoral de São Paulo, durante mais de 60 anos Sergio Mamberti se dedicou à arte e à cultura . Ator, diretor, produtor, autor, artista plástico e ocupou vários cargos políticos no Ministério da Cultura.

Em 1964, casou-se com Vivien Mahr, com quem teve três filhos: o também ator Duda, o diretor Fabrício e Carlos. A esposa morreu em 1980.

Depois disso, teve um companheiro por 37 anos, Ednaldo Torquato, que morreu em 2019. Ao publicar sua autobiografia “Sérgio Mamberti: Senhor do meu Tempo”, escrita com o jornalista Dirceu Alves Jr., em abril deste ano, o ator falou abertamente sobre sua bissexualidade.

“Eu sempre falo com muita delicadeza desses temas. Mas num livro como esse, que é tão pessoal, eu não posso deixar de falar disso. Foram experiências muito profundas. Tanto que ouvi por parte da imprensa, comentários dizendo: ‘Olha, o Mamberti é bissexual’. Não me sinto bem com esses rótulos para mim. Na verdade, são encontros. Eu prefiro chamar de encontros, não importa qual é o gênero”, disse Sérgio sobre seu livro autobiográfico.

“Não adianta querer esconder, porque a qualquer hora isso pode vir à tona. E se você já não assumiu antes, fica numa situação muito complicada. Eu, particularmente, com relação aos meus filhos, falei logo de cara. Muitos amigos meu Muitos amigos meus, na época, falaram: ‘Você não pode fazer isso’. Mas como é que eu ia esconder dos meus filhos que eu estava com um companheiro, sendo que ele morava comigo? Talvez, a gente tenha tido, em alguns momentos, que enfrentar determinados problemas, mas muito menores do que se eu estivesse tentando esconder “, contou.

Fonte: O Fuxico