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Mônica Martelli chora ao falar de Paulo Gustavo: ‘Esse luto não é só meu, é de um país’

Foto: Reprodução / GNTMônica Martelli chora ao falar de Paulo Gustavo: ‘Esse luto não é só meu, é de um país’
Mônica Martelli chora ao falar de Paulo Gustavo: ‘Esse luto não é só meu, é de um país’

Foi marcada por muita emoção a volta de Mônica Martelli ao programa “Saia Justa”, na noite desta quarta-feira (12), no canal GNT. O tema do programa foi o luto e a atriz e apresentadora não conteve as lágrimas ao falar de Paulo Gustavo, seu grande amigo que morreu aos 42 anos, vítima da Covid-19. 

Durante conversa por videochamada com Astrid Fontenelle, Pitty e Gaby Amarantos, ela externou sua indignação com o lento processo de vacinação no Brasil e muito emocionada se solidarizou com as milhares de famílias que choram seus mortos durante esta interminável pandemia. "Todo mundo que amava o Paulo Gustavo tem que se perguntar: Por que que no Brasil não temos vacina suficiente? A gente tem que se perguntar. Não foi uma fatalidade. Ele era um homem saudável, sem nenhuma comorbidade. Existe responsável pra isso. Eu fico indignada, mas o que eu sinto mais forte é perplexidade", afirmou.

Uma jaqueta, uma homenagem

Minutos antes do programa entrar no ar, Mônica postou em suas redes sociais uma foto onde aparece vestida com uma jaqueta que pertenceu ao humorista e explicou: “Hoje retorno ao #SaiaJustaNoGNT assim, vestindo uma homenagem ao Paulo Gustavo. Essa jaqueta ele deixou comigo pra consertar, porque estava espetando. Acabou que não deu tempo nem de consertar, nem ele de pegar de volta e esquecemos dela por aqui”.

Confortada pelas companheiras de programa,  a atriz começou falando da dor e da indignação de perder o amigo para essa doença: "É uma impermanência de sentimentos o que acontece. É aquilo que eu disse: 'apenas duas doses de uma vacina que já existe teria salvado você, meu amor'. Vai pra saudade, depois pra dor, depois pra indignação. Esse luto que a gente está vivendo, não é só meu, é de um país, e só tem uma palavra de ordem: 'duas doses de uma vacina que já existe'. Isso vai ser um marco de luta no luto, por Paulo Gustavo como por mais de 428 mil brasileiros. Essa dor que estou sentindo, não é uma dor só minha".

A atriz seguiu demonstrando sua dor e indignação com a política de saúde do presidente Jair Bolsonaro, negacionista e irresponsável: "Claro que tem a intensidade do luto, da proximidade da pessoa, mas quantas pessoas sentiram a dor por Paulo Gustavo, que lotaram teatros, cinemas, hoje tem que se perguntar: por que no Brasil não temos vacinas suficientes?! Não foi uma fatalidade. Era um homem saudável, sem comorbidade”.

Gaby Amarantos reforçou a fala da amiga: “Isso não era para ser, a gente tem que ter consciência disso, a gente tem que ficar indignado com isso”. Pity também refletiu sobre a dor de perder alguém citando um trecho de um livro que define o luto como “uma forma cruel de aprendizado” e se solidarizando com a grande amiga do humorista.

Luto com luta

Mônica Martelli seguiu relembrando  o companheiro com quem realizou tantos trabalhos e  aproveitou para se solidarizar com milhares de famílias que sentem a mesma dor neste momento: "Na hora que fiz aquela placa, apenas duas doses de uma vacina que já existe, eu estava indignada e eu peguei a jaqueta do Paulo Gustavo em homenagem a ele. Aí lembrei de uma história e comecei a rir. Aí você vai pra dor. Aí você volta pra indignação. Mas eu acho que é muito importante a gente disser que esse luto que a gente tá vivendo, que não é só meu, é de um país, ele tem uma palavra de ordem: Duas doses de uma vacina que já existe, meu amor. Podia ter te salvado e salvado muitas vidas. Isso aí vai ser uma ordem de luta no luto, por Paulo Gustavo e por mais de 420 mil brasileiros que sentiram essa dor".

O depoimento de Mônica Martelli tocou forte o coração de quem assistiu ao programa e seus questionamentos sobre a incompetência dos nossos governantes em combater a pandemia. "A gente tem que se perguntar: Por que não temos vacina? Paulo Gustavo foi um militante importantíssimo, muito poderoso. Ele abraçou causas que ajudou a humanizar esse país. Esse país que agora está tão desumanizado. É um mar de horrores que a gente tá vivendo.  Como alguma coisa pode importar na vida de alguém que não seja isso? Agora é luto com luta. Esse sentimento passa também. É como se nada mais na vida pudesse importar". "Essa dor que eu tô sentindo não é só minha. Claro que a intensidade do luto, enquanto mais próximo, você vivencia de outra forma. Mas quantas pessoas não sentiram a perda do Paulo Gustavo como se fosse um amigo?", desabafou.
 

Mônica relembrou um vídeo onde Paulo Gustavo se juntava a tantos brasileiros pedindo pela vacina e contou como os amigos do humorista viveram os 54 dias de luta pela vida. "Assim que o Paulo foi entubado, fizeram um grupo dos amigos mais próximos para fazer relatório, passar boletim médico. A gente só conseguiu atravessar esse deserto de dor que foram esses 54 dias por causa desse grupo. Ontem, a gente combinou que assim que acabasse a missa, a gente iria postar esse vídeo cobrando vacina. Ele tinha muito medo de morrer. Ele falava toda hora que tinha que tomar vacina. 'Se eu pegar esse negócio, eu vou morrer'. Lá no hospital, na primeira semana, quando ele ficou no oxigênio, às vezes, ele tirava me ligava por FaceTime e falava: 'Mônica, tô sofrendo muito. Isso aqui não é uma gripezinha, isso aqui é muito, muito doído'"

Muito amado e com pressa de viver

Sobre a missa de sétimo dia em homenagem ao ator, realizada na última terça-feira, 11, aos pés do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro Mônica refletiu sobre a comoção do país ao acompanhar os dias de Paulo no hospital:  "Ele afetou a vida de quem passou na frente dele. Até de quem ele não conhecia. Eu olhava pra cada um que estava ali naquela missa e ele potencializou a vida de cada um. É um sentimento de perplexidade que não dá pra acreditar. Paulo Gustavo nunca deixou a vida pra depois. Ele tinha pressa em viver. É muito difícil viver sem isso. É muito difícil imaginar a vida sem ele",  concluiu.

Visivelmente emocionada Astrid Fontenelle apoiou Mônica com palavras de carinho: "O Brasil está te abraçando". Na semana passada Astrid, 60 anos, recebeu a primeira dose da vacina contra a Covid-19 e registrou o momento em um vídeo postado no Instagram. Ela estava acompanhada do filho, Gabriel, e chorou sensibilizada com o momento.

No texto postado em sua rede social ela agradeceu à ciência e relembrou a morte de Paulo Gustavo."Chegou o meu dia!! E foi emocionante. Muito. Antes uma ansiedade. Foram quase duas horas na fila (fazendo amizade). Na hora mesmo passou um rápido filme na minha cabeça e o Gabriel ali ao meu lado significa muito", escreveu.

Fonte: O Fuxico