Meio Ambiente

Histórias trágicas de animais extintos

A erradicação do dodô é um dos casos de extinção mais famosos da nossa história. Como muitos animais que permanecem em ambientes de isolamento, longe de predadores, não tinham medo de humanos, o que fez deles — juntamente com o fato de não voarem  presas fáceis dos navegadores europeus quando chegaram à ilha de Maurício, seu habitat natural.

Infelizmente, o caso do dodô não foi o primeiro e talvez não seja o último. A interferência humana tem levado diversos animais à extinção ao longo da História, e nós listamos 7 casos de seres vivos que sucumbiram à exploração da nossa espécie.

1. Urso-do-atlas

 

 

Urso-do-atlas tem esse nome porque habitava a região das Montanhas Atlas, no norte da África. Ele é conhecido por ter sido a única espécie de urso nativo do continente. O urso-do-atlas foi usado durante o Império Romano, quando foi não apenas caçado por esporte, mas também capturado, levado à Roma e usado em batalhas contra gladiadores e na execução de criminosos em um terrível espetáculo chamado de “damnatio ad bestias” (algo como “condenação aos animais”, em tradução livre).

O número de ursos-do-atlas continuou a diminuir durante a Idade Média, quando grandes áreas de floresta no Norte da África foram derrubadas para extração de madeira — até que o último sobrevivente foi baleado e morto em meados do século XIX.

2. Periquito-da-carolina

O periquito-da-carolina foi a única espécie de papagaio nativa dos Estados Unidos e podia ser encontrado em diversos pontos do país: de Nova York, na região noroeste, até o Golfo no México, no sudoeste. O pássaro foi caçado excessivamente, de tal forma que já havia se tornado raro no século XIX.

Os periquitos-da-carolina tinham um hábito altruísta de se reunirem na ocasião em que um membro morria ou estava para morrer, e isso facilitou sua caçada, uma vez que eles se tornavam alvos fáceis. O último pássaro morreu em um zoológico em 1918, e a espécie foi declarada oficialmente extinta em 1939.

3. Pardal-marinho

Em 1963, a NASA tomou a decisão de inundar uma vasta área pantanosa de Merritt Island, no leste da Flórida, com o objetivo de controlar a população de mosquito no entorno do Centro Espacial Kennedy. Infelizmente, a região também era o habitat do pardal-marinho, que a usava para reprodução.

A drenagem dos pântanos ao redor do rio St. Johns para o projeto de uma autoestrada foi outro fator contribuiu para a extinção do pássaro. Como resultado, a população do pardal-marinho despencou vertiginosamente nos anos que se seguiram. Em 1979, apenas cinco indivíduos haviam restado, todos eles machos; como resultado óbvio, a espécie foi declarada extinta anos mais tarde, em 1990.

4. Arau-gigante

O arau-gigante era uma ave marinha que não voava e era nativa da região do oceano Atlântico Norte, habitando regiões que iam da Groelândia e do Leste do Canadá até as ilhas Britânicas e a região costeira oeste do norte europeu. O pássaro era muito apreciado por sua penugem, usada como recheio para travesseiros e colchões. Como no caso do dodô, o fato de ele não voar facilitou sua caça e captura.

A população foi quase totalmente erradicada no final do século XVII, o que conduziu a uma das primeiras leis de proteção ambiental da História, aprovada pelo Parlamento Britânico em 1770, proibindo a matança de araus-gigantes. Infelizmente, foi tarde demais, e o animal acabou sendo extinto.

5. Lobo-das-malvinas

O lobo-das-malvinas foi o único mamífero nativo das Ilhas Malvinas, localizadas próximo à Argentina. Acredita-se que a espécie tenha ficado presa nas ilhas durante a última Era do Gelo, quando a ponte de gelo que as ligava ao continente sul-americano acabou derretendo.

Quando as Ilhas Malvinas começaram a ser povoadas, os primeiros habitantes viram o lobo-das-malvinas como uma ameaça e acabaram caçando-o até a quase total extinção. Anos depois, em 1833, Charles Darwin visitou a região e previu que os animais desapareceriam por completo. E, de fato, o último sobrevivente foi morto em 1876.

6. Cotovia-da-ilha-stephen

A Ilha Stephen é uma pequena ilhota próxima à Nova Zelândia. Depois que um farol foi construído lá em 1892, o gato do caseiro, Tibbles, capturou um pássaro que o seu dono não reconheceu, por isso o enviou para um renomado ornitologista neozelandês chamado Walter Buller. O pássaro foi declarado uma nova espécie, batizado de cotovia-da-ilha-stephen e identificado como um dos poucos pássaros que não voam conhecidos pela ciência.

Infelizmente, ele entrou em extinção em questão de 3 anos. De acordo com a lenda, o culpado foi o gato do caseiro, responsável por matar a população inteira de pássaros (nesse caso, Tibbles seria a única criatura do mundo responsável pela extinção de uma espécie). Mas, na verdade, no fim dos anos 1890, a ilha estava tomada de gatos, então não é possível afirmar que a culpa tenha sida inteira dele.

7. Leão-marinho-japonês

O leão-marinho-japonês tinha quase 2 metros de comprimento e era nativo do Mar do Japão, tendo se reproduzido em inúmeras praias das ilhas japonesas e da península coreana. Infelizmente, os animais foram caçados em grande número não pela carne (considerada de má qualidade e gosto), mas pela pele (usada para fazer couro), pelos ossos (usados em medicamentos tradicionais), pela gordura (usada para fazer óleo para lâmpadas a óleo) e até mesmo pelos bigodes (usados para fazer escovas e limpadores de cachimbo).

Até 1900, cerca de 3 mil leões-marinhos-japoneses foram mortos anualmente no Japão, reduzindo a população para apenas 50 em 1915. As batalhas marítimas da Segunda Guerra Mundial acabaram por destruir as últimas colônias remanescentes e seus habitantes naturais. O animal foi visto pela última vez em 1974, embora esse fato não tenha sido confirmado.

Fonte: Metal Floss