Esporte

Flamengo diz que não compactua com "ideias" de conselheira e vê "infinitas possibilidades" no e-Sport

O Flamengo se manifestou na tarde desta terça-feira, através de nota oficial, sobre as declarações da conselheira Marion Kaplan, que causou polêmica na internet após classificar time de League of Legends como "nerds autistas" e dizer que trabalhará por fim da modalidade no clube. Presente no esporte eletrônico desde 2017, o Rubro-Negro disse que não compactua com as ideias da conselheira.

- A sócia Marion Kaplan é uma das 2700 pessoas que compõem o Conselho Deliberativo do Clube de Regatas do Flamengo. Assim como qualquer sócio proprietário, ela pode exercer seus direitos estatutários e se inscreveu para fazer parte do CODE em janeiro deste ano. As mensagens que ela postou em suas redes sociais refletem única e exclusivamente sua opinião pessoal e o Flamengo não compactua com estas ideias - disse o clube em nota enviada ao SporTV.com.

A nota diz ainda que o Flamengo enxergou no esporte eletrônico uma "chance de expandir e atender o imenso e fiel público" dos games. O clube diz ainda que segue tendência de mercado e que o setor possui orçamento independente e autossustentável. No ano passado, o Rubro-Negro teve receita de R$ 1,5 milhão na área.

- O Flamengo viu na criação de uma equipe de eSports a chance de expandir a área de atuação do clube e atender o imenso e fiel público que acompanha games dentro e fora do Brasil. Os esportes eletrônicos trazem infinitas possibilidades por oferecer uma enorme gama de estilos de jogos e por nos conectarem com o público jovem. Como tendência natural do mercado, já chamou atenção de outros clubes de futebol. O Flamengo eSports trabalha com um orçamento independente e é autossustentável, contando hoje com cinco patrocinadores de grande representatividade no mercado - finalizou.

Foto: Riot GamesTime de LoL do Flamengo é líder da principal competição de esporte eletrônico no Brasil
Time de LoL do Flamengo é líder da principal competição de esporte eletrônico no Brasil

ENTENDA A POLÊMICA

Incomodada com a falta de divulgação do futebol feminino, a conselheira Marion Kaplan desferiu diversos ataques ao time de League of Legends do clube. De acordo com ela, o setor recebe grande divulgação e classificou os jogadores como "nerds autistas da pior espécie". A comunidade se revoltou, e jogadores repudiaram as declarações.

Nesta terça-feira, a conselheira, que teve a conta derrubada pelo Twitter, fez um novo perfil e se desculpou por usar uma deficiência como forma de ataque. Entretanto, ela sustenta que trabalhará pelo fim da modalidade no clube, já que entende que o eSport não é um esporte e que, ainda de acordo com a conselheira, fere o estatuto do clube.

FLAMENGO E OS ESPORTS

No fim do ano de 2017, o Flamengo lançou um projeto inédito no Brasil para o setor de esporte eletrônico. Visando atingir novos torcedores, o departamento de marketing do clube capitaneou o projeto de entrada no cenário de League of Legends, maior modalidade do competitivo de games no país.

O setor trabalha com um orçamento independente, e os dirigentes garantem que é uma modalidade autossustentável. Em 2018, a receita foi estimada em R$ 1,5 milhão. Para este ano, é esperado um aumento para R$ 2,8 milhões.

Em pouco mais de um ano de projeto, o Flamengo foi vice-campeão do Circuito Desafiante (espécie de divisão de acesso) e também do Campeonato Brasileiro de League of Legends (divisão de elite). Nesta temporada, o clube é líder isolado da principal competição nacional.

Fonte: E-SporTV