Saúde

Família de pessoas com 'surto psicótico' sofrem para ter atendimento do Samu

Quem tem algum parente que sofre um surto psicótico vai ter problemas para atendimento em Teresina. Na cidade não há nenhum serviço específico para assistência domiciliar ou remoção de pacientes para o local de tratamento, como o Hospital Psiquiátrico Areolino de Abreu, e as famílias acabam passando maus bocados.

O natural nesses momentos é chamar o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas só atendem esses casos com a presença da polícia, e eis o problema: a polícia do Piauí não tem estrutura nem para a combater violência adequadamente, imagine atender casos como estes.

O advogado Diego Antônio de Almeida denunciou um caso que aconteceu na manhã desta quarta-feira (21/02), quando um paciente em surto não foi atendido. O caso foi encaminhado para o Samu, que declarou só fazer o transporte acompanhado por uma viatura da Polícia Militar, que por sua vez se negou a acompanhar o caso, informando que não há viaturas suficientes para fazer o policiamento e acompanhar pacientes, impossibilitando o atendimento.

    Foto: Ascom Prefeitura de Teresina

O homem de 55 anos, que não tinha histórico de surtos, do nada apresentou comportamentos estranhos que assustou os dois idosos que moravam com ele. Ele chegou a sair de casa e foi trazido por vizinhos, não falava coisas conexas e houve o temor que ele agisse com agressividade. Os idosos só queriam que algum atendimento médico o sedasse para que depois ele pudesse ser diagnosticado e tratado, mas não foi possível. Os familiares dele ainda tentaram levá-lo em um carro para o hospital, mas temendo que ele se jogasse do veículo por estar muito agitado, preferiram mantê-lo em casa.

O advogado está com várias gravações que mostram a incapacidade do poder público em atender a população que é obrigada a pagar impostos caros em dia para ser destratada e não poder usufruir de direitos básicos. O caso pode ser denunciado ao Ministério Público, para que o Estado se comprometa a regulamentar a situação para que pacientes com casos semelhantes, sejam assistidos com dignidade.

ESCLARECIMENTO DA FUNDAÇÃO MUNICIPAL DE SAÚDE 

A FMS informa que, de forma a garantir a integridade física dos profissionais que atuam no SAMU diante de doentes psiquiátricos agressivos, existe um acordo, firmado por meio de termo de ajuste de conduta, com a Polícia Militar, para a realização de escolta neste tipo de atendimento. A ocorrência de hoje foi um caso pontual e fruto de um problema de comunicação dentro da própria polícia, mas o SAMU já entrou em contato com os superiores para os devidos esclarecimentos e para garantir que o episódio não se repita.

Fonte: 180 graus