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Comitê entregará medalha olímpica para Cláudio Roberto após 20 anos

Foto: Wilson Filho / Cidade VerdeComitê entregará medalha olímpica para Cláudio Roberto após 20 anos
Comitê entregará medalha olímpica para Cláudio Roberto após 20 anos

O Comitê Olímpico Internacional (COI) pretende entregar, até o fim de setembro, a medalha de prata do velocista piauiense Cláudio Roberto Sousa, conquistada nos Jogos de Sydney, na Austrália, em 2000. Por uma falha ainda desconhecida, o atleta jamais recebeu a premiação. 

Cláudio Roberto Sousa, 46 anos, integrou a equipe brasileira medalhista de prata no revezamento 4x100 metros do atletismo. Disputou a eliminatória, mas não correu na final. Na condição de reserva, não foi ao pódio por protocolo da cerimônia de premiação. A medalha seria entregue depois, mas isso nunca aconteceu. 

A história do prêmio não entregue só foi revelada por Cláudio Roberto em 2015, quando o já treinador de atletismo concedeu entrevista ao jornal Folha de São Paulo. Antes disso, o atleta inventava desculpas para todos que perguntavam pela medalha. 

No ano seguinte, André Domingos, um dos colegas do time medalhista em Sydney, preparou uma surpresa para Cláudio Roberto, durante assembleia da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt). Uma cerimônia foi montada para a entrega de uma réplica da medalha olímpica. 

O tempo passou. Cláudio Roberto deixou a cidade de Jaú (SP) e retornou a Teresina (PI), onde comanda o projeto Cidadão Olímpico - Correndo na Frente. A história da medalha parecia ter terminado, até a resposta enviada pelo COI, neste mês de maio. 

O COI pretende entregar a medalha até setembro de 2020, mas tudo depende das condições impostas pela pandemia do novo coronavírus. A decisão do Comitê foi de retirar uma medalha original de um museu ao invés de mandar fazer outra similar. A informação foi divulgada em reportagem da TV Globo e confirmada pelo Cidadeverde.com. 

O local da entrega não está definido. Em entrevista ao Cidadeverde.com, Cláudio Roberto disse que gostaria de receber a medalha em Teresina (PI), próximo dos parentes e amigos, mas reconhece que a situação imposta pela pandemia pode atrapalhar esses planos. O que ele quer mesmo é receber a medalha. 

No Cidade Esportiva desta segunda-feira (18), fiz uma longa entrevista com Cláudio Roberto, relembrando toda a saga da medalha não recebida - com direito a uma polêmica sobre a prata que deveria ser ouro, por conta da confissão de doping do norte-americano Tim Montgomery. 

Além da prata em Sydney 2000, Cláudio Roberto foi vice-campeão na mesma prova de revezamento, no Mundial de Atletismo de 2003, em Paris - dessa vez como titular da equipe. No ano seguinte, ficou em 8º lugar no revezamento 4x100m dos Jogos Olímpicos de Atenas.

Piauienses medalhistas

O velocista foi o segundo atleta nascido no Piauí a conquistar medalha olímpica. Zé Maria foi o primeiro, no futebol, em Atlanta 1996. Depois vieram Cláudio Roberto, em Sydney 2000; Sarah Menezes, ouro no judô, e Rômulo, prata no futebol, em Londres 2012. 

Fonte: Cidade Verde