Esporte

Amanda Nunes aponta aposentadoria após provável luta com Holly Holm

Campeã peso-galo e peso-pena do UFC revela que quer se dedicar à família com a namorada Nina Ansaroff e ajudá-la a buscar o cinturão dos palhas. Ao mesmo tempo, Leoa admite revanche com Cyborg e até descida para os moscas
Foto: Jason SilvaAmanda Nunes espera defender cinturão dos galos em luta com Holly Holm
Amanda Nunes espera defender cinturão dos galos em luta com Holly Holm

De forma surpreendente, Amanda Nunes tem usado a palavra “aposentadoria” nas últimas entrevistas, e reforçou neste último sábado que isso está perto de acontecer. Antes da pesagem do UFC Fortaleza, na sexta-feira, numa interação com os fãs, a “champ champ” citou que poderia parar de lutar após a provável luta com Holly Holm, em maio, em Curitiba. No dia seguinte,

- A Holly é a única campeã com que não lutei ainda, então é uma luta que faz sentido para mim, e estou esperando a ligação. Vamos ver se nesta semana que está entrando agora (vem a ligação), ficaria muito feliz de retornar ao Brasil, de repente uma luta aqui no Brasil contra a Holly vai ser muito bom para minha carreira. Quem sabe também me aposentando depois dessa luta, ou algo desse tipo... Vamos ver o que vai acontecer! - disse a campeão peso-galo (até 61kg) e peso-pena (até 66kg) do UFC.

Na sequência, a lutadora de 30 anos disse que não vê, após a possível luta com Holly, novas oponentes que possa encarar. Amanda Nunes garantiu que já fez o podia na carreira, e que a mãe Ivete já tinha pedido que ela parasse depois da última luta contra Cris Cyborg.

- Acho que Holly, se vocês olharem na categoria agora, é minha última oponente. Eu já conquistei tudo que eu queria na minha carreira (...). Minha mãe pediu para eu me aposentar. Era para me aposentar agora depois da luta com a Cris. Ela falou que já está bom para mim, eu já conquistei tudo realmente que era para conquistar no mundo do MMA. Essa era a última coisa que eu queria, que era ser campeã de duas categorias, hoje eu já sou, então não tenho nada a provar para ninguém. Já provei tudo que queria para mim mesma, e estou bem. Estou bem financeiramente, estou muito feliz, e quero viver agora, aproveitar bastante.

Ao mesmo tempo em que fala categoricamente sobre aposentadoria, Amanda Nunes também deixa em aberta a possibilidade de fazer uma revanche com Cyborg, a quem nocauteou em 51 segundos no UFC 232, no último dia 29 de dezembro.

- Quem sabe meu futuro é uma revanche contra a Cris. Está tudo acontecendo muito rápido na minha vida, tento manter o foco, que é defender esse título do 135 (libras), não posso deixar minha categoria parada. Já fiz um sacrifício em deixar a minha categoria um pouquinho e fazer todo esse sacrifício de dieta para subir de peso e lutar com a Cris, e também o processo mental para essa luta foi muito difícil para mim. Tenho que voltar para a minha categoria e descansar um pouco.

Ao mesmo tempo em que fala em parar de luta com um cartel hoje de 17 vitórias e quatro derrotas, a Leoa garante que ainda tem motivação para lutar de novo, pelo menos por mais uma vez.

- Com certeza, acho que mais uma com certeza (tenho motivação). Contra a Holly, depois talvez. Vamos ver, é difícil falar em aposentadoria também, né?! Mas já quero, já estou ficando velha, quero ter filho, construir minha vida com a Nina. Preciso de tempo, e lutando eu nunca tenho tempo.

A possibilidade de a namorada americana Nina Ansaroff disputar em breve o cinturão peso-palha (até 52kg) é também um dos motivos que fez Amanda pensar na aposentadoria. Poder se dedicar ao sonho da companheira é um de seus objetivos. A expectativa é que Nina possa enfrentar Tatiana Suarez no mesmo UFC 237, em Curitiba. Se vencer, pode ter seu “title shot”.

- Nina está quase lá. A gente está esperando a ligação também, porque a Tatiana é a única luta que faz sentido para ela. Eles têm que dar a Tatiana pra ela, porque a Nina tem que ser a próxima a disputar o cinturão. Estamos na missão. É conquistar o cinturão e construir nossa família. Já estou com 30, vou fazer 31, Nina daqui a pouco 34, o tempo está passando. Não quero ficar velha para ter meus filhos. Quero brincar com eles.

E o que fazer aos 30 anos e já aposentada das lutas? Amanda Nunes citou uma série de possibilidades.

- Depois (quero) investir em novos talentos. Talvez ajudar as novas meninas a chegar nos objetivos mais rápido, a ter o que eu não tive, que é apoio. Quero estar perto dessas meninas para ajudar. De repente jogar futebol, entrar num time, gosto muito de futebol, quero jogar. Talvez crossfit também, tenho muitos planos. Esporte não vai faltar para mim quando eu me aposentar. Mas MMA já está chegando ao fim.

Antes de sair, Amanda Nunes deixou um recado para uma velha conhecida. Ela garantiu que, se houver a oportunidade numa negociação que faça sentido para ela, desceria para o peso-mosca para buscar um terceiro cinturão, que hoje está com Valentina Shevchenko, rival que a brasileira já venceu duas vezes nos galos.

- Talvez sim, depende do contrato. Acho que tudo muda quando a gente senta e conversa. O contrato é muito importante na carreira do atleta. E eu preciso de tempo para descer, mas eu desço. Se eles quiserem que eu vá pegar aquele cinturão, eles sabem que eu pego. A Valentina é uma atleta que conheço muito bem, e ela sabe que eu pego aquele cinturão. Preciso de tempo para fazer isso. Preciso bater o peso na academia pela primeira vez para, no dia da luta, ser a segunda vez e meu corpo responder melhor. Mas se eu bater o peso no dia da pesagem e lutar, fica complicado. Se eu bater pela segunda vez, tomo aquele cinturão - encerrou.

Fonte: SporTV Combate