Saúde

Alimentação e exercícios podem reduzir risco de câncer em até 40%

De acordo com o levantamento da Organização Mundial de Saúde, a doença está ligada ao estilo de vida

Uma pesquisa divulgada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), feita através do banco de dados da Globocan, estudo considerado o mais completo sobre o câncer no mundo, estima que 18,1 milhões de novos casos surgirão em 2018, com cerca de 9,6 milhões de mortes. O levantamento também destaca que algumas formas de câncer estão ligadas diretamente a estilos de vida, desenvolvimento social e econômico, típico de países com rápido crescimento e industrializados.

O número divulgado é superior à última pesquisa, realizada em 2012, que previa cerca de 14 milhões de novos casos, com 9,2 milhões de mortes. Em seis anos, isso representa horaum aumento de 29% do número de casos e 4,3% do número de mortes. A Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) destaca que, combinar dieta e atividade física evita em até 40% o aparecimento do câncer.

A recomendação do Instituto nacional do Câncer (Inca) indica que pessoas de 18 a 64 anos pratiquem, pelo menos, 150 minutos de exercícios moderados por semana, ou cerca de 20 minutos diariamente. Pequenos ajustes na rotina como andar de bicicleta, preferir subir escadas a fazer uso do elevador, podem colaborar para o afastamento da grande maioria dos fatores de risco que levam ao surgimento da doença.

A prática constante de exercícios físicos e ingestão de alimentos saudáveis são iniciativas que auxiliam, não apenas como forma de reduzir os índices aumentados da doença, mas como maneira de potencializar o processo de tratamento para as pessoas com câncer. É o que pontua o oncologista Danilo Fonseca, ao destacar que até 60% dos tumores malignos tem fatores de risco evitáveis, ou seja, que podem ser prevenidos. Os outros 40% estão ligados a canceres genético e hereditário, além de motivos desconhecidos.


O oncologista Danilo Fonseca, destaca que até 60% dos tumores malignos tem fatores de risco evitáveis.Foto: Jailson Soares/ODIA

Dentro os fatores modificáveis, 30% está relacionado à obesidade, facilitando o aparecimento de diversos tipos de câncer, como de mama, de colorretal e endométrio. “Perder peso é uma recomendação importantíssima para o paciente prevenir câncer. Independente da forma como perca peso, isso será benefício para o corpo, em termos de diminuição de risco de surgimento de câncer. Além disso, se o paciente tiver uma alimentação saudável, rica em frutas e verduras, também irá prevenir outras doenças, como as cardiovasculares, reduzindo risco de infarto e AVC”, destaca.

Alimentação X Peso

O especialista enfatiza que, mesmo o paciente estando dentro do peso adequado, alguns alimentos carcinogênicos, ou seja, com potencial ao câncer, devem ser evitados, e cita como exemplo as carnes processadas (linguiça, mortadela, peito de peru, salsicha, bacon, entre outros).

Danilo Fonseca lembra que o tratamento do câncer tem evoluído ao longo dos anos, curando ou prolongando a vida dos pacientes com qualidade de vida, porém, a incidência vem aumentando consideravelmente. De acordo com oncologista, isso está relacionado diretamente com o envelhecimento da população.

“Hoje, a medicina avançada faz com que a expectativa da população seja maior e os pacientes chegam a idades bem avançadas, como não era tão comum há alguma década atrás. E associado a esse fator, tem o estilo de vida, a dificuldade de se alimentar bem, exposição aos fatores de risco, como tabaco, ou seja, as chances dele desenvolver um câncer são maiores do que um paciente que não se alimenta bem e vai viver até os 40 anos”, acrescenta.

Para o oncologista, a atividade física auxilia na redução do peso, melhora o condicionamento físico e mental, e ajuda na diminuição a formação de radicais livres, que são fatores que levam a danos celulares e, eventualmente, mutações, que vão predispor a um câncer. “Tudo que venha a alterar o DNA vai estar relacionado ao surgimento do câncer, por isso que a atividade física diminui esse dano ao DNA e, consequentemente, à formação de radicais livres”, explica.

“A atividade física deve ser regular, pelo menos três vezes na semana, no mínimo meia hora. Esse tempo é recomendado para prevenção de doenças cardiovasculares. Para doenças oncológicas deve ser regular e que leve a um controle do peso adequado. Além disso, os exercícios físicos aeróbicos também são recomendados para pacientes que estão fazendo tratamento com quimioterapia, que reduz a fadiga astenia”, conclui.

Fonte: portal o dia