Esporte

Inter impõe início ao estilo Coudet, mas perde "gás" e é encurralado pelo Flamengo em empate

Foto: Ricardo Duarte / Divulgação InterEdenílson, em ação contra o Flamengo
Edenílson, em ação contra o Flamengo

Fim de jogo no Beira-Rio, e os semblantes são evidentes após o empate em 2 a 2 entre Inter e Flamengo em um jogo que fez jus ao que se espera de um duelo entre líder e vice-líder do Brasileirão. Há frustração no rosto dos colorados, e sorrisos de festa entre os flamenguistas.

Olhando assim, as reações à flor da pele são até óbvias. O Inter se impôs para abrir vantagem ao estilo de Eduardo Coudet no primeiro tempo e foi forçado a se fechar para tentar segurar o Flamengo do jeito que dava, no segundo. Não foi suficiente. O gol marcado por Everton Ribeiro no apagar das luzes deixou sabor de dois pontos perdidos para o Colorado, ainda líder graças ao saldo de gols.

Mas os 90 minutos – mais acréscimos – de um verdadeiro jogaço com quatro gols, tensão e bolas nas traves dos dois lados contam uma história diferente. E permitem até que os dois treinadores gringos "concordem em discordar" em suas entrevistas coletivas. Eduardo Coudet lamentou o resultado. Domènec Torrent, também.

"Foi um jogaço. Lamentavelmente, nos escapou no final. O que ressalto é um Flamengo que comemora por empatar no final. Somos um time que ganhou respeito" (Coudet, técnico do Inter)

A lamentação de Eduardo Coudet tem a ver com o primeiro tempo. Foram 45 minutos em que o Inter traduziu à risca o estilo de jogo de seu treinador.

A equipe iniciou a partida em alta rotação e povoou o campo de ataque para sufocar a defesa do Flamengo. Deu resultado. Os dois gols saíram com a "assinatura" de Coudet: pressão alta e ocupação de espaço para provocar ou se aproveitar do erro do adversário.

No primeiro, logo aos 6 minutos, Patrick e Galhardo pressionaram Isla dentro da área. O volante roubou a bola e cruzou na medida para Abel Hernández marcar. Antes disso, o Inter já havia levado perigo duas vezes.

Mas bastou a primeira investida do Flamengo para a defesa dar uma primeira amostra de fragilidade. Pedro ganhou no corpo de Zé Gabriel e avançou com liberdade até finalizar para empatar.

Passados 20 minutos, o Colorado "respirou" no jogo e aliviou a pressão. Com a qualidade de seus jogadores e o estilo envolvente de toques curtos e aproximação, o Flamengo começou a tomar conta do jogo. Foi a senha para o Inter retomar a pressão à la Coudet.

E funcionou. A equipe voltou a ocupar o campo de ataque, e Thiago Galhardo estava no lugar certo para interceptar um passe de Gustavo Henrique e marcar o segundo gol – seu 15º no Brasileirão.

O Inter seguiu em cima, explorando o jogo direto, com transições e passes verticais sempre que recuperava a bola e pegava a defesa do Flamengo desprotegida. O próprio Galhardo teve mais duas chances. Numa, parou em Hugo Souza, na outra marcou um golaço em impedimento.

Mas veio a segunda etapa, e com ele chegou o prazo de validade para a postura agressiva do Inter. E ele expirou. As duas imagens abaixo evidenciam os contrastes de um tempo para o outro.

O Inter todo no campo de ataque e "mordendo" muito o Flamengo no primeiro tempo....

Com uma alteração de posicionamento, Dome trouxe Gérson da beirada para uma função centralizada. E o Flamengo pouco a pouco ganhou campo para se tornar senhor do jogo. E empilhar chances de gol.

Era impossível manter a mesma agressividade do primeiro tempo, e o Inter se fechou num 4-4-2 com todos os jogadores atrás da linha da bola. A tentativa era de fechar todos os espaços em frente à área. Mas o Flamengo os encontrou, orquestrado por Gérson.

Como segundo volante, o camisa 8 distribuía as jogadas e ditava o ritmo da equipe. Ora fazia um jogo de toques curtos e aproximação, ora alongava as bolas para explorar lacunas na defesa do Inter após atrair a marcação para um lado do campo. E as chances vieram.

Heitor salvou duas vezes em cima da linha no mesmo lance, em finalizações de Vitinho e Pedro. O centroavante ainda obrigou Lomba a fazer grande defesa, e Filipe Luís acertou o travessão.

Coudet mexeu no Inter para deixá-lo mais protegido, com Musto e Rodrigo Dourado em frente à área. Mas a defesa colorada vazou no apagar das luzes e em seu ponto fraco: a bola aérea. O baixinho Everton Ribeiro fez de cabeça sem sequer sair do chão.

E voltamos à frustração colorada, explicada pelo gol aos 49 do segundo tempo. Mas suavizada por uma partida com um tempo para cada lado, mas em que o Flamengo foi melhor. Os 66% de posse de bola e as 17 finalizações contra 10 do Inter são provas disso.

Com o empate, o Inter chega a 35 pontos – mesma pontuação do Flamengo – e segue na liderança do Brasileirão graças ao saldo de gols. O Colorado encerra o primeiro turno em duelo com o Corinthians no próximo sábado, às 19h, na Neo Química Arena.

Mas antes, a equipe de Eduardo Coudet foca na Copa do Brasil. Nesta quarta-feira, às 19h, o Inter enfrenta o Atlético-GO no Estádio Olímpico de Goiânia, no jogo de ida das oitavas de final.

Fonte: Globo Esporte