Dr. Valrian Feitosa

Edgar Rocha
Bacharel em Comunicação Social (Jornalismo)_UFPI e graduado em Letras pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Pós-graduado em Comunicação e Linguagens (UFPI), com atuação na área de educação e no jornalismo impresso, on line, e no rádio. (86) 8836 6357 / 9966 9377

Versão sobre garoto que assassinou família pode ser mudada. DETALHES

As investigações sobre a chacina que resultou na morte de cinco pessoas de uma mesma família supostamente por um garoto de 13 anos podem tomar novos rumos. O adolescente Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini é o principal acusado de matar os pais policiais, o sargento da Rota Luís Marcelo Pesseghini e o cabo Andreia Bovo Pesseghini, uma tia avó e uma quarta pessoa, e depois teria cometido suicídio. (foto: reprodução)
O caso chocou o país devido a versão apresentada pela polícia de que o garoto é o assassino e teria tido a frieza de ir para escola, após matar a família, ainda na madrugada, por volta de 1h30, usando o carro da mãe, segundo imagens gravadas por câmeras posicionadas nas proximidades da escola. O vídeo foi entregue com cortes pela polícia, à produção do programa Cidade Alerta, da TV Record, apresentado pelo jornalista Marcelo Resende.
O apresentador vem 'batendo' no caso há três dias, porque, segundo ele, com mais de trinta anos no jornalismo policial, nunca tinha visto nada igual, portanto, também não acredita que uma criança de 13 anos tenha tido a astúcia de armar um plano tão perfeito. Manipular uma arma com tanta perícia, executar os familiares com tiros certeiros na cabeça, à queima roupa, considerando o peso e o desequilíbrio da pistola ponto 40 para uma criança inexperiente.
Marcelo Resende conseguiu uma entrevista exclusiva, ao vivo, com um tio da Andréia (tio-avô do garoto), que não quis revelar o nome na televisão temendo pela própria vida ou dos demais familiares, pois, segundo ele, não sabe com o quê está lidando. Para o homem, o casal de policias e os demais foram executados, pois a Andréia, segundo a entrevista, estaria denunciando policiais envolvidos em crimes em São Paulo, conforme teria dito em uma emissora o comandante do batalhão onde trabalhava a Andréia.
Inquirido por Marcelo Resende, o tio das vítimas revelou pontos importantes não ditos no inquérito devido o estado emocional. Ele contou que no dia do incidente, com os corpos ainda na casa, duas pessoas diferentes, com vozes femininas, teriam feito duas ligações telefônicas identificando-se como funcionários da escola de Marcelinho, com era chamado carinhosamente o garoto acusado. Uma teria dito: “Alô. É da casa do Marcelinho?”.
Muito chocado com o incidente, ele respondeu nervoso: "Quem quer saber?". “Eu sou a ... (Ele diz na entrevista que a mulher deu um nome mais ele não lembrava). "Eu tô ligando porque o Marcelinho não veio hoje para a escola”, contou. Segundo o entrevistado, em menos de 5 minutos outra voz feminina liga novamente, agora perguntando se era da casa da Andréia (mãe morta do garoto). Ele teria respondido novamente: “Olha, vê se liga depois porque estou tentando resolver um problema aqui”.
A outra voz feminina teria contado a mesma estória da primeira ligação. “Estou ligando porque o Marcelinho vão veio para a escola hoje”, contou. Segundo o entrevistado, um policial perto, diz: “tira o telefone do gancho, senão eles vão ficar ligando o tempo todo”, disse. Segundo o entrevistado, os telefonemas aconteceram depois das 17 horas. O fato causou estranheza em Marcelo Resende e no entrevistado, que somente agora se dava conta da gravidade, pois todas as versões até o momento são de que o garoto matou os familiares, de madrugada, e, logo depois, foi para o collégio. Chegando lá, por volta de 1h30, estacionou o carro nas proximidades onde permaneceu durante cinco horas até dar 6h22, conforme registrou as câmeras externas. Após isso, a imagem mostra o jovem saindo pelo lado do motorista, atravessando a rua e depois se dirigindo ao portão da escola.
Outro fato novo, é que a roupa do garoto vista no vídeo não era a mesma que estava no corpo dele após o suicídio, segundo o tio entrevistado. Os sapatos que aparecem nas imagens também não estavam no corpo do suicida, segundo o tio, que pede esclarecimentos à polícia."A calça e jaqueta que aparecem no vídeo são azuis. No local do suidídio, ele estava com uma calça moleton, de cor bege", contou. Entrevistado pela equipe de Marcelo, o delegado concorda que realmente a calça não seria a mesma, mas a jaque estaira por lá, teria sido encontrada pela perícia. Os sapatos também são um mistério, segundo a reportagem.
O episódio dos telefonemas caiu como uma bomba e o tio-avô do garoto vai ser intimado para depor novamente e as investigações podem tomar outro rumo.
Outros questionamentos foram levantados na entrevista. Porque o barulho dos tiros em casa fechada, não acordou e provocou reação nas demais vítimas que morreram uma a uma. O exame com o “luminol” não mostrou vestígios de sangue nas mãos do garoto, que, para o delegado, é normal que o exame possa dar negativo. A estória das luvas encontradas no carro, segundo Marcela Resende está mal explicada. No entanto, o experiente jornalista garante que é praticamente impossível dá um tiro na cabeça de uma pessoa de tão perto e não deixar resquícios de pólvora ou de sangue nas mãos ou no rosto.
Segundo a perícia, a mãe morreu de joelhos e com as mãos cruzadas na cabeça como se estivesse implorando para não morrer. Como é que policiais com mais de 20 anos de experiência não teria reagido a tal investida. Depois o garoto teria matado mais duas pessoas no quarto vizinha a cerca de 10 metros, segundo o Tio contou na entrevista.

As câmeras não mostram claramente se o carro era dirigido realmente pelo garoto de 13 anos. Além disso, o garoto retorna para casa por volta do meio-dia, de carona, com o pai de um colega, que, ao passar ao lado do carro estacionado no qual o menino veio para a escola, parou para que o mesmo pegasse um objeto no banco do passageiro. O entrevistado acredita que teria sido para apanhar a chava da casa. A família quer que a polícia investigue estes pontos, como por exemplo, esse pai que deu carona ao acusado.
Os familiares dos mortos, que conheciam o menino tão bem, estão chocados com a versão da polícia de que o jovem teria cometido tal ato e depois se suicidasse. Eles acreditam em execução e tem pela integridade.
O inquérito já está praticamente concluído e as principais provas são uma fita de vídeo e alguns depoimentos, dos quais, a de um colega do colégio de Marcelo Eduardo, também de 13 anos, que teria dito à polícia que queria ser matador profissional e desejava matar os pais e depois fugir no carro deles e morar em um lugar isolado.
Os pontos obscuros e contradições apresentadas têm causado desconfiança pela família que conhecia muito bem a criança, cujo perfil era de um garoto tranquilo, alegre, extrovertida com os colegas do colégio e que não manifestava nenhuma característica de distúrbio psicológico como em geral acontece com os psicopatas.