Dr. Valrian Feitosa

Dr. Valrian Feitosa
Médico cirurgião cardiovascular e cirurgião geral. Formado em Medicina pela Universidade Federal de Campina Grande (PB) com residências em Angiologia e Cirurgia Vascular pela Escola de Saúde Pública do Ceará e em cirurgia gerel pela UFPI

ÚLCERA VARICOSA

 Úlcera varicosa

A úlcera varicosa é um ferimento na pele, que geralmente se abre espontaneamente na pele, mas pode ser decorrente de um machucado, uma batida ou um corte. Algumas úlceras cicatrizam rapidamente e outras demoram ou nunca fecham. Isso depende da presença ou não de doenças da circulação, pressão alta, diabetes, inflamações e infecções da pele etc. Os problemas na circulação venosa são a principal causa para o aparecimento das feridas nas pernas, responsável por 70% das úlceras de membros inferiores.

 

 

 

Varizes: o problema que tem que ser tratado

Quando a circulação venosa não funciona corretamente, devido à insuficiência das válvulas das veias, ocorre um aumento da pressão do sangue dentro das veias, que não consegue voltar de forma adequada ao coração. Esse aumento da pressão, leva ao extravasamento de água, células do sangue, fatores inflamatórios de dentro da veia para o espaço entre as células da pele e do tecido gorduroso subcutâneo. Esse mecanismo é o responsável pelo edema e inchaço e pelo aparecimento de áreas de coloração escurecida na pele da perna (dermatite ocre). Quanto mais extravasam essas substâncias e células, mais difícil se torna a circulação local, e quanto mais difícil à circulação, mais extravasamento: é um ciclo vicioso.

E este ciclo vicioso causa alterações na nutrição da pele porque dificulta a chegada do sangue arterial rico em nutrientes nas áreas afetadas. E, uma vez que as células daquela região da pele morrem por falta de oxigênio e nutrientes, aparece uma ferida. O aparecimento da úlcera também pode ser desencadeado por um trauma local (corte, batida, escoriação), que, atingindo uma pele já doente e sofrida, acaba abrindo uma lesão.

Além de levar ao aparecimento da úlcera, o mesmo ciclo vicioso leva à perpetuação da úlcera. Há pessoas que ficam meses, anos e até décadas com úlceras nas pernas que não cicatrizam.

Para corrigir o problema é necessário tratar a causa, ou seja, é necessário tratar a origem do problema: a hipertensão venosa crônica.

Para evitar o aparecimento de úlceras varicosas nas pernas a principal medida é o tratamento precoce das varizes. O ideal é tratar as varizes antes que se inicie o processo de inchaço e escurecimento da pele, uma vez que essas alterações podem não regredir mesmo após a retirada das veias insuficientes.

Para quem já tem úlcera varicosa, a batalha para vencê-la é árdua. Envolve além do tratamento das varizes, uma série de medidas para evitar o inchaço da perna e o consequente extravasamento de células sanguíneas e substâncias que perpetuam o problema. Além disso, é de suma importância evitar a infecção local, já que a barreira natural de proteção que é a pele íntegra está ausente.

O principal exame completar que deve ser solicitado neste caso é o ultrassom doppler do sistema venoso, já que o tratamento da insuficiência venosa é a principal ação necessária para o fechamento da ferida e prevenir o seu reaparecimento. O tratamento do refluxo da veia safena e das veias perfurantes é essencial.

A técnica de escleroterapiacom espuma se presta bem, pois é menos invasivo, não tem cortes, a recuperação do paciente é mais rápida e costuma ter uma melhora significativa do problema.

O objetivo deste tratamento é evitar que o sangue retorne pela veia safena que está insuficiente e caminhe por veias mais saudáveis.

Também é de suma importância a realização dos curativos, tanto antes, quanto após o tratamento das veias insuficientes, até que as úlceras estejam completamente cicatrizadas.

O curativo visa evitar a infecção local, proteger contra traumas, absorver secreções e manter um ambiente hidratado e propício à cicatrização da ferida.

Já foi provado por diversos estudos, que manter a ferida coberta é melhor do que descoberta.

 

Deve ser realizado com a maior higiene possível, lavando bem as mãos antes de manipular a ferida,  limpando todo resíduo de cremes e pomadas da ferida com soro fisiológico ou água filtrada e utilizando material limpo, como gazes e faixas de crepe.