Dr. Valrian Feitosa

Edgar Rocha
Bacharel em Comunicação Social (Jornalismo)_UFPI e graduado em Letras pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Pós-graduado em Comunicação e Linguagens (UFPI), com atuação na área de educação e no jornalismo impresso, on line, e no rádio. (86) 8836 6357 / 9966 9377

CAIC de Timon (MA) vira cracolândia e encontro noturno de marginais

Foto: Edgar Rocha / portalrg.com

Abandonado há mais de três anos, o CAIC (Centro de Aprendizagem e Integração de Cursos) da cidade de Timon (MA) virou uma cracolândia e um ponto de encontro noturno de marginais de toda natureza. Localizado no bairro Parque Aliança, cruzamento das ruas “L” e “17”, a escola está sem funcionar plenamente desde 2008 e parou definitivamente em 2011 por conta de um problema estrutural,segundo informou o gerente regional de Educação em Timon, Maurício Ângelo.
Segundo vizinhos, a escola está sendo usada pelos marginais, à noite, para se drogarem e praticarem assaltos nas imediações do prédio para quem se arrisca passar por lá em determinadas horas da noite. Segundo uma vizinha, que não quis se identificar, uma mulher foi roubada e brutalmente espancada por usuários de craque, que também praticam pequenos assaltos na esquina da rua L com a ‘17’, uma das mais movimentadas por que fica próximo a uma parada de ônibus onde as pessoas dessem ao retornarem dos seus trabalhos. “Nesta esquina aqui, a gente já não passa depois da 9h da noite porque já corre o risco de ser assaltada ou mesmo morrer pelos usuários de craque”, disse a mulher com medo de se identificar. "Teve uma época que pessos passavam levando portas, janelas e até objeto de valor da escola", disse a mulher.
Dois vigias são responsáveis para evitar as invasões ao local durante o dia. O vigilante Rafael Anderson, de 29 anos, contratado pela empresa de segurança CLASI, prestadora de serviço da Secretaria de Estado da Educação do Maranhão (SEDUC) disse que, apesar de serem responsáveis também pelo período noturno, não se arriscam a perderem suas vidas neste horário. “No começo a gente, às vezes, ficava à noite. Depois os marginais danificaram a caixa de força e roubaram até a fiação e a CEMAR terminou desligando definitivamente a energia”, contou, destacando que sem luz a coisa fica muito perigosa.

Quadra de esporte abandonada e virou lameiro nos dias de chuvas - foto: Edgar Rocha

Ele contou que trabalha sem usar arma de fogo, pois a empresa de segurança, embora tivesse prometido quando foram recrutados, nunca disponibilizou armas para garantir a segurança deles no local de trabalho. “Nós éramos três vigias. A gente revezava durante a semana, em regime de trabalho de 12 em 12 horas, mas o terceiro vigia abandonou o serviço, acredito que com medo de morrer, e eu continuo por aqui porque tenho família para sustentar”, disse.
Anderson disse ainda que só fica das 7 h da manhã até às 18 horas. Do meio-dia às 14 horas ele é rendido pelo colega enquanto almoça e depois continua até 18 horas, quando começa a escurecer, mesmo seu horário sendo até ás 19 horas.
Os CAICs são obras com recursos federais em parcerias com os governos estaduais, que são responsáveis pela manutenção e execução de programas nas áreas do ensino fundamental, da 1ª à 8ª série, assistência social, creches, postos de saúde (saúde da família), assistência social, esportes e lazer além de pequeno cursos profissionalizantes.

foto: Edgar Rocha / portalrg.com

Segundo o gerente regional de educação em Timon, professor Maurício Ângelo, a situação de abandono do CAIC de Timon é parecida em todos os CAICs do Maranhão. O CAIC de Timon foi feito em cima de uma lagoa que foi soterrada para a construção da obra e isso trouxe um sério problema para o projeto desde a construção da escola.
Maurício disse que a água e esgotos dos bairros do entorno são todos despejados na área da escola o que acarretou alagamentos e lagos no terreno, e inviabilizou o funcionamento desde 2008. “De 2008 a 2009 funcionou precariamente por causa destes problemas e em 2011 foi preciso fechar definitivamente”, disse o gerente de educação.
Segundo Maurício Ângelo, o governo do Maranhã está fazendo um levantamento geral dos problemas de todos os CAICs do Maranhão para implementar a reforma em todos eles. Ele não falou os valores e o volume de recursos que serão aplicados para a execução da reforma pois, o governo ainda está levantando os prejuízos. Ele também disse que todo o material de valor foi retirado da escola antes de ser roubado.
“Há 15 dias, o secretário-adjunto de Coordenação das Unidades Regionais de Ensino, Fernando Tadeu Lima e esteve no Caic de Timon para conhecer de perto a sitação da escola onde foram feitas inúmeras fotos”, disse, ressaltando que a meta do governo é restaurar todas as escolas desativadas no estado.

Durante o dia, as crinaças utilizam o local para empinar pipa

O mato e lama invadiram todos os corredores pátios da escola

 

Salas abandonadas e deterioradas

 

O que era uma parada de ônibus virou um córrego de lama, esgoto e matagal

Corredores parecem cenários de filmes de terror

FOTOS: Edgar Rocha

Comunidade da Vila Monteiro entre o Mutirão e o residencial Padre Cícero reclama saneamento básico, abertura de ruas, abastecimento d'água, energia e segurança

foto: Edgar Rocha

Pelo menos 250 famílias da recém-criada Vila Monteiro, localizada entre os bairro Mutirão e o residencial Padre Cícero, zona Oeste de Timon (MA), na periferia da cidade, reclamam problemas de infra estrutura de abastecimento de água, energia elétrica, abertura de ruas pavimentadas e segurança para a comunidade.
Timon tem tido um crescimento acelerado por conta dos inúmeros conjuntos habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal em parceria com o município, mas o déficit habitacional ainda é grande segundo a própria secretaria de habitação do município. Milhares de pessoas humildes sofrem com a falta de moradia em Timon pois ainda não tiveram acesso aos benefícios deste programa.
Apesar de muitas casas já terem sido entregues, muitas pessoas ainda aguardam na fila de espera e outras, sequer, tiveram a chance se inscreverem no programa, por falta de vagas. O resultado é que centenas de famílias ainda vivem sufocadas nos espaços que separam a zona urbana da cidade dos residenciais recém-constuídos.
É o caso da Vila Monteiro. São centenas de famílias humildes, que não tinham moradia e que se instalaram na região e agora sofrem com a falta de saneamento básico para que possam ter uma vida digna. Para a presidente da associação de moradores da Vila Monteiro, Sara de Sousa Lima, de 28 anos, a comunidade se estabeleceu em um local que antes era usada para “desova” de pessoas, estupros, uso de drogas por marginais e desmanche de veículos. Por aqui encontramos várias carcaça de motos e carros”, contou.

foto: Edgar Rocha

Sara diz que a comunidade vive em estado de abandona por se localizar entre dois bairros urbanizados, o residencial Padre Cícero e o Mutirão. Por conta disso, os criminosos continuam utilizando o matagal pouco urbanizado da vila para praticarem crimes como estupros, esconder roubos de veículo e até assassinato. “Há três meses mataram um senhor que recolhia latas e vidros, por pura perversidade. O senhor foi encontrado morto a facadas pelos marginais”, denunciou.

foto: Edgar Rocha

Um outro problema, segundo a líder comunitária, é a falta de acesso aos carros da polícia na hora de perseguir marginas porque ainda não foram abertas ruas na vila para a circulação plena de veículos”, disse. “Nosso sonho é que nossa Vila seja lembrada e que coloquem água encanada e energia elétrica assim como já existe no residencial Padre Cicero e Mutirão”, concluiu.

 

FOTOS: Edgar Rocha / portalrg.com