Dr. Valrian Feitosa

Edgar Rocha
Bacharel em Comunicação Social (Jornalismo)_UFPI e graduado em Letras pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Pós-graduado em Comunicação e Linguagens (UFPI), com atuação na área de educação e no jornalismo impresso, on line, e no rádio. (86) 8836 6357 / 9966 9377

Acusado de Chacina que matou 4 e deixou 2 no hospital ainda está solto e assombra jurados de morte

Há um ano, noticiamos que pelo menos 90 detentos da Penitenciária Jorge Vieira, no município de Timon (MA), iriam voltar para as ruas da cidade, não por já terem cumprido pena, mas porque seriam beneficiados pela nova Lei das Prisões (Lei nº 12.403), que passou a vigorar em 4 julho de 2011.
A Lei tem o objetivo de desafogar o sistema penitenciário brasileiro que vive um caos com o problema de superlotação, principalmente por presos provisórios que estão com excesso de prazo sem serem julgados pela Justiça.
A cidade já está sentindo os efeitos desse benefício por conta de presos que já ganharam liberdade e estão matando, roubando e traficando, neste ano de 2012 (depois iremos apresentar o balanço). Um dos crimes mais graves de ex presidiário da Jorge Vieira, destacamos o que aconteceu no último domingo (22).
No bairro Formosa, pessoas juradas de morte pelo homicida e ex-presidiário identificado por Washington estão aterrorizadas. O criminoso matou três e mandou dois para o hospital no domingo (22). A quarta pessoas já morreu no hospital e a polícia ainda não conseguiu prender o acusado, que pessoas da população dizem que ele estaria se escondendo no morro da Formosa.

COMO ACONTECEU, SEGUNDO UMA TESTEMUNHA OCULAR

O ex - detento identificado por Washington esfaqueou e matou três pessoas e mandou mais três gravemente feridas para o pronto-socorro, na mesma noite, sendo que a quarta vítima já morreu no hospital. Na conta do criminoso, mais cinco estariam na lista dele para morrer.
Foram mortos os indivíduos identificados por Carlos Eduardo Cantanhede, de 30 anos, e Daniel Ferreira Batista. Foram para o hospital gravemente feridos os indivíduos identificados por Douglas Henrique da Silva, Reginaldo Ferreira da Silva, e um terceiro não identificado
Uma testemunha nos contou com a garantia de que não seria identificada, que o elemento Washington estaria dormindo na tarde de domingo quando foi acordado por sua mulher, no bairro Formosa onde mora, para comprar um gás que havia faltado. Irritado e agressivo com a mulher, ele disse para ela não incomodá-lo porque estava de ressaca e mandou-a se virar.
Com isso, a mulher teria levado as panelas para preparar a comida na casa de uma vizinha que era desafeto do acusado que, quando acordou e soube do feito, saiu irado para matar a mulher dele, que não divulgaremos o nome. Só não sangrou a vítima, segundo a testemunha, porque foi contido pelo indivíduo de nome Cleiton, também ex-presidiário da Jorge Vieira, porém amigo de presídio do acusado e que estaria por lá na hora do fato.
Segundo a testemunha, Washington teve um surto de raiva e saiu à procura de todos os seus desafetos para matá-los e que já estariam jurados de morte e na sua lista. Bateu na porta da primeira vítima, que era seu vizinho, e, o rapaz sem saber do que se tratava, abriu e foi recebido a facadas no peito e na garganta na frente de todos os vizinhos.
“Ele somente limpou o sangue nas calças e saiu à procura dos outros no “Bar do Beca”, próximo ao local do primeiro assassinato. Lá, abordou e esfaqueou mais quatro desafetos com vários golpes no barriga e em outras parte do corpo. No bar, que sempre é lotado, as pessoas ficaram aterrorizadas com feito do acusado, que jurava mais mortes naquela noite. Dos quatros esfaqueados, um morreu no local, dois morrerem a caminho do HUT em Teresina após serem despachados da UPA de Timon, devido a gravedade dos ferimentos. A quarta vítima não resistiu e morreu durante a semana no hospital.
A polícia ainda não conseguiu prender o criminoso que está foragido no bairro Formosa. Os jurados de morte estão com medo de morrer a qualquer momento porque o assassino está solta e demonstrou que é muito perigoso. ”Se ele matou toda essa gente usando uma faca, imagine se tivesso com uma arma de fogo”, contou uma testemunha.
O telefone para quem souber do paradeiro e quiser denunciar anonimamente é o 3212-3212 (Delegacia de Homicídios) ou o 190 da PM.

Impasse

O grande problema é que a criminalidade cresce em ritmo acelerado por conta do tráfico de crack, que traz a reboque o crescimento do número de homicídios, roubos e furtos, dentro outros delitos.
A grande consequência são os distritos policiais lotados, acima da capacidade média, e as penitenciárias superlotadas com três vezes acima da capacidade. O Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, tem cerca de 2.500 presos, com capacidade para menos da metade. A Jorge Vieira em Timon, o terceiro maior do Maranhão, com capacidade para 168 detentos, está com 306 presos provisórios.
Segundo o diretor Diácono Francisco, 99% dos presos são todos do município de Timon, o que demonstra o potencial criminoso da cidade. Porém, o maior de todos os problemas é a grande quantidade de processos em andamento para o pequeníssimo número de juízes para julgá-los.

Os juízes ficam refens de uma Lei ultrapassada, o nosso Código Penal (está sendo reformado no Congresso Naicional), que ainda não evoluiu para se adequar a novas modalidades de crimes e o fortalecimentos dos mesmos nos tempos modernos.
O governo não consegue realizar concursos e contratar juízes na mesma proporção com que cresce a criminalidade, sendo um problema impossível de ser resolvido a curto prazo. Tentar minimizar o crime já seria um grande passo.